Reino Unido ameaça processar Abramovich por venda do Chelsea

O Governo do Reino Unido está a ameaçar processar o antigo proprietário do Chelsea Football Club, de forma a garantir que o dinheiro reverta para ajuda humanitária na Ucrânia. O empresário russo Roman Abramovich foi sancionado após a invasão pela Rússia do território ucraniano e os 2,5 mil milhões de libras em lucros com a venda do clube foram congelados numa conta bancária britânica.

Inês Moreira Santos - RTP /
Toby Melville - Reuters

Numa rara declaração conjunta, a ministra britânica das Finanças e o ministro dos Negócios Estrangeiros afirmaram, esta terça-feira, que o Governo está pronto para intensificar esforços que garantam o dinheiro.

"O governo está determinado a que as receitas da venda do Chelsea cheguem a causas humanitárias na Ucrânia, na sequência da invasão ilegal e em grande escala da Rússia. Estamos profundamente frustrados com o facto de não ter sido possível chegar a um acordo com o Sr. Abramovich até ao momento"
, afirmaram.
O Governo britânico pretende que os lucros da venda se destinem a ajuda humanitária ucraniana, garantindo que “as pessoas que sofrem na Ucrânia possam beneficiar desses lucros o mais rápido possível”. Já Abramovich afirmou já que quer que o dinheiro vá para “todas as vítimas da guerra na Ucrânia”, o que inclui a Rússia.

"Embora a porta para negociações permaneça aberta, estamos totalmente preparados para levar isso aos tribunais, se necessário”, acrescenta a declaração de Rachel Reeves e David Lammy.

O dinheiro continua congelado e, devido a desentendimentos entre as autoridades britânicas e os advogados do oligarca russo, ainda não foi possível chegar a acordo sobre o destino dos fundos monetários em causa.

O Chelsea teve a corrida mais bem-sucedida da sua história antes de o clube ser vendido a um consórcio liderado pelo investidor americano Todd Boehly e pela empresa de private equity Clearlake Capital em maio de 2022.

As receitas da venda estão congeladas numa conta bancária britânica e não podem ser movimentadas ou utilizadas sem uma licença do Gabinete de Implementação de Sanções Financeiras, a agência do Ministério das Finanças que aplica as sanções.


Roman Abramovich, um multimilionário russo que fez fortuna com petróleo e gás, recebeu uma licença especial para vender o Chelsea após a invasão da Ucrânia pela Rússia, desde que pudesse provar que não se beneficiaria da venda. Contudo, havia suspeitas de ter ligações ao presidente russo Vladimir Putin, algo que o empresário sempre negou.
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