Rússia e Bielorrússia condenam sanções do Ocidente e afirmam ter saído reforçadas
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, e da Bielorrússia, Maxim Rizhenkov, condenaram hoje as sanções impostas pelo Ocidente a Moscovo e Minsk, assegurando que os seus países saíram reforçados com essas medidas.
"Partilhamos a mesma posição sobre a necessidade de continuar a enfrentar as sanções e as agressões jurídicas do Ocidente contra os nossos países e muitos outros", afirmou o chefe da diplomacia russa, numa conferência de imprensa após reunir-se com o homólogo bielorrusso.
Por seu lado, Rizhenkov observou que, "com sanções sem precedentes por parte dos antigos parceiros comerciais, ameaças militares diretas da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] [...], e uma guerra informativa pelas mentes e corações da nossa juventude, tentaram afogar-nos e dividir-nos, mas, na realidade, só nos tornaram mais fortes".
"Tudo isso apenas fortaleceu os laços de integração entre os dois Estados", acrescentou.
Lavrov sublinhou que Moscovo continuará a apoiar a Bielorrússia "no aprofundamento da sua interação com o grupo BRICS, onde obteve o estatuto de país parceiro".
Os BRICS é um grupo criado em 2009 e cujo acrónimo deriva dos primeiros cinco membros desta organização: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Mais tarde, aderiram à organização o Irão, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia.
"Continuaremos a colaborar no desenvolvimento das relações políticas e económicas com os Estados do Sul e do Oriente global, mantendo posições conjuntas relativamente a países e associações lideradas por representantes hostis", afirmou Lavrov.
Acrescentou ainda que Moscovo e Minsk continuarão a reforçar a sua cooperação no âmbito de organizações euro-asiáticas, como a União Económica Euro-asiática (UEEA), Comunidade de Estados Independentes (CEI), Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSD) e Organização de Cooperação de Xangai (OCX).
O chefe da diplomacia bielorrussa insistiu no elevado nível de integração entre ambos os países, sublinhando que "não existem temas sem solução nas relações, tal como não há questões que não sejam debatidas ou sobre as quais não se possa alcançar algum tipo de entendimento".
Rizhenkov destacou também a intensa dinâmica dos contactos entre os dois países, cujo nível elevado é confirmado pelo diálogo bilateral entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
Lavrov, por seu lado, agradeceu à Bielorrússia, o mais próximo aliado da Rússia na guerra da Ucrânia, "pelo apoio e compreensão de todos os aspetos relacionados com os motivos".
"Agradecemos também o apoio no avanço da operação militar especial, pela compreensão dos nossos objetivos claros para uma solução pacífica e pela disponibilidade para mediar a qualquer momento" no conflito ucraniano, concluiu.