Ucrânia lançou onda de ataques contra a Rússia no dia da independência

A Defesa russa anunciou esta segunda-feira que destruiu 21 drones ucranianos durante a noite, incluindo dois que seguiam em direção a Moscovo. A Rússia acusou a Ucrânia de ter lançado dezenas de ataques com drones no domingo, dia em que Kiev celebrou 34 anos de independência. Segundo Moscovo, estes ataques provocaram um incêndio numa central nuclear na região ocidental de Kursk.

Mariana Ribeiro Soares - RTP /
Yevhen Titov - Reuters

"Das 23h00 do dia 24 de agosto às 07h00 do dia 25 de agosto (no horário local), os sistemas de defesa aérea intercetaram e destruíram 21 drones ucranianos de asa fixa", indicou o Ministério russo da Defesa num comunicado partilhado na rede social Telegram.

De acordo com o comando militar russo, três das aeronaves não tripuladas foram destruídas perto de Moscovo, duas das quais dirigiam-se para a capital russa.

"Os serviços de emergência estão a trabalhar no local onde os destroços caíram", disse Sobyanin numa publicação no Telegram.

O Ministério da Defesa da Rússia disse que pelo menos 95 drones ucranianos foram intercetados em dezenas de regiões russas no domingo, dia em que a Ucrânia celebrou os 34 de independência.

Um desses ataques provocou um incêndio na central nuclear de Kursk, no oeste da Rússia, a 60 quilómetros da fronteira com a Ucrânia. O incêndio causou danos num transformador auxiliar e obrigou a uma redução de 50% na capacidade operacional de um reator, segundo afirmaram autoridades russas. O incêndio na instalação nuclear foi rapidamente extinto, sem que fossem registados feridos, e os níveis de radiação permaneceram dentro dos limites normais.

Enquanto isso, a Força Aérea ucraniana informou que a Rússia disparou 72 drones, juntamente com um míssil de cruzeiro, contra a Ucrânia na madrugada de domingo. Um destes ataques provocou a morte de uma mulher de 47 anos na região de Dnipropetrovsk.
Kiev promete “empurrar a Rússia para a paz”
Num discurso durante a cerimónia comemorativa do aniversário da independência do país, o presidente ucraniano prometeu devolver a guerra à Rússia.

“A cada dia, estamos a trazer cada vez mais desta guerra de volta para onde veio. Para o céu russo e para a terra russa. E a cada passo desta guerra, com a pressão sobre a Rússia, com as suas perdas reais, sabemos que a paz para a Ucrânia se aproxima”, disse Volodymyr Zelensky.

“Hoje, tanto os EUA quanto a Europa concordam: a Ucrânia ainda não venceu completamente, mas certamente não perderá. A Ucrânia garantiu a sua independência. A Ucrânia não é uma vítima; é uma lutadora”, acrescentou.

As esperanças de paz diminuíram na sexta-feira, depois de a Rússia ter descartado qualquer reunião imediata entre os presidentes russo e ucraniano, tal como foi sugerido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Zelensky, por sua vez, reconheceu que um encontro com o seu homólogo russo Vladimir Putin seria “o caminho mais eficaz” e prometeu “empurrar a Rússia para a paz”.

c/agências
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