Exército israelita mata dois palestinianos na Cisjordânia ocupada

O exército israelita declarou hoje que matou dois homens na Cisjordânia ocupada, após um ataque com um carro armadilhado contra soldados, num posto de controlo em Hebron.

Lusa /

Um dos mortos não esteve envolvido no ataque, segundo o exército, sem adiantar mais detalhes.

O Ministério da Saúde palestiniano identificou as vítimas como Ahmad Khalil Al-Rajabi, de 17 anos, e Ziad Jabara Abu Dawoud, de 55 anos, trabalhador de manutenção, segundo o Crescente Vermelho Palestiniano.

Centenas de pessoas participaram no funeral de Abu Dawoud, cujo pai classificou a morte como "um ataque bárbaro".

"Os soldados israelitas ordenaram que o carro parasse, e ele parou. Estava a trabalhar ao lado de um contentor de lixo. Dispararam sobre os dois", lamentou Naiem Abu Dawoud à agência France-Presse.

A violência na Cisjordânia intensificou-se desde o ataque do Hamas em Israel, em 7 de outubro de 2023.

Desde essa altura, mais de mil palestinianos --- combatentes e civis --- foram mortos por forças de Israel, enquanto pelo menos 44 israelitas morreram em ataques palestinianos ou operações militares, segundo dados oficiais.

Hoje, o chanceler alemão, Friedrich Merz, advertiu, em Jerusalém, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de que não pode haver "nenhuma" medida de anexação no território palestiniano da Cisjordânia.

A declaração de Merz surge após o parlamento israelita ter aprovado, em outubro, numa leitura preliminar, uma proposta para anexar a Cisjordânia ocupada --- medida já condenada por vários países, incluindo os Estados Unidos.

Numa conferência de imprensa conjunta, na primeira visita de um líder europeu a Israel desde que o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de detenção contra Benjamin Netanyahu, pelo seu alegado envolvimento em crimes de guerra em Gaza, o chanceler alemão sublinhou que "nenhuma medida formal, política, estrutural ou de qualquer outra natureza que configure anexação" pode ser tomada.

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