Imprensa estrangeira condena novo adiamento do Supremo de Israel sobre acesso a Gaza

A Associação de Imprensa Estrangeira em Jerusalém (FPA, na sigla em inglês) manifestou quinta-feira firme oposição a um novo adiamento da decisão do Supremo Tribunal de Israel sobre o seu pedido de acesso independente à Faixa de Gaza.

Lusa /

Desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamista Hamas, que as autoridades israelitas têm impedido os jornalistas estrangeiros de entrarem de forma independente no território devastado.

Israel permitiu apenas a um pequeno número de repórteres, caso a caso, que acompanhassem as suas tropas até ao território palestiniano sob bloqueio israelita.

A FPA, que representa os meios de comunicação social internacionais em Israel e nos territórios palestinianos e conta com centenas de membros, solicitou aos tribunais israelitas, há mais de um ano, a concessão de acesso imediato a Gaza.

Em 24 de novembro, o Supremo Tribunal de Israel concedeu ao Estado mais dez dias para responder a este pedido.

Já hoje, o tribunal voltou a prolongar o prazo até 21 de dezembro, dando a Israel mais tempo para apresentar um plano que permita o acesso dos meios de comunicação social estrangeiros à Faixa de Gaza.

"Este é um pedido urgente. Impedir continuamente a cobertura jornalística --- a cada minuto, a cada hora, a cada dia --- prejudica seriamente a capacidade dos media internacionais de cumprir a sua missão, bem como os direitos fundamentais de milhares de milhões dos seus utilizadores", destacou a FPA em comunicado.

Salientando que esta é a nona vez que o tribunal concorda em conceder uma prorrogação, a FPA acredita que "é claro que o objetivo do Estado é atrasar a sua resposta o mais possível".

A guerra foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 70 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do território, um desastre humanitário e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

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