Israel notificou EUA de ataques em Gaza - Media
Israel notificou os Estados Unidos antes de lançar os ataques de terça-feira na Faixa de Gaza, adiantaram dois responsáveis norte-americanos sobre os bombardeamentos que segundo as autoridades do enclave palestiniano causaram dezenas de mortos.
Os dois responsáveis dos Estados Unidos confirmaram a informação à agência Associated Press (AP), falando sob condição de anonimato.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ordenou terça-feira ao Exército que executasse de imediato "fortes ataques na Faixa de Gaza", após uma reunião com responsáveis do setor da segurança, segundo um comunicado governamental.
A reunião foi convocada depois de Israel ter acusado o grupo islamita palestiniano Hamas de devolver restos mortais que, após exames forenses, foram identificados como pertencentes a um refém que já tinha sido recuperado em novembro de 2023.
Também na terça-feira, o Exército israelita indicou que respondeu com fogo de artilharia a um alegado ataque do Hamas contra as suas tropas na região de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Por sua vez, o grupo islamita palestiniano Hamas acusou Israel de violação do cessar-fogo na Faixa de Gaza e indicou que vai adiar a entrega do corpo de um refém, ao abrigo do acordo em vigor desde 10 de outubro.
No âmbito do entendimento, o Hamas devolveu os últimos 20 reféns vivos que mantinha no enclave palestiniano, mas apenas 15 dos 28 que estavam mortos, alegando dificuldades em encontrar os corpos entre os escombros do território devastado por mais de dois anos de conflito.
Em troca dos reféns, Israel libertou quase dois mil presos palestinianos e entregou 195 corpos.
A primeira fase do acordo prevê a retirada parcial das forças israelitas do enclave e o acesso de ajuda humanitária ao território.
A trégua já tinha sido testada pela violência na Faixa de Gaza em 19 de outubro, a mais grave desde que entrou em vigor.
Em retaliação pela morte a tiro de dois soldados, Israel realizou intensos ataques aéreos no território, acusando o Hamas de violar o cessar-fogo.
O grupo palestiniano negou e, por sua vez, devolveu a acusação a Israel, numa pretensa busca de "pretextos para bombardear".
A etapa seguinte do entendimento, ainda por acordar, prevê a continuação da retirada israelita, o desarmamento do Hamas, bem como a reconstrução e a futura governação do enclave.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 68 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.