Israel confirma identidade de corpo de refém entregue por Hamas e Jihad Islâmica
O governo de Israel confirmou hoje que o corpo anteriormente devolvido em Gaza pelos movimentos islamitas palestinianos Hamas e Jihad Islâmica é o do refém israelita Meny Godard, morto a 07 de outubro de 2023, aos 73 anos.
"Após o processo de identificação pelo Instituto Nacional de Medicina Legal [...] representantes do [exército] informaram a família de Meny Godard de que o seu ente querido tinha sido repatriado para Israel", referiu em comunicado de imprensa o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
O corpo do refém, um dos quatro últimos retidos em Gaza, foi entregue através do Comité Internacional da Cruz Vermelha.
Anteriormente, as Brigadas al-Qassam, braço armado do movimento islamita palestiniano Hamas, e as Brigadas al-Quds, o ramo militar do movimento extremista Jihad Islâmica, tinham anunciado que iam devolver os restos mortais de um refém ao fim da tarde.
O Hamas afirmou que o corpo tinha sido encontrado durante o dia perto de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.
Desde 10 de outubro, quando entrou em vigor do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, sob pressão dos Estados Unidos após mais de dois anos de guerra em Gaza, o movimento islamita palestiniano libertou de uma só vez os 20 reféns sobreviventes, em troca da libertação de cerca de 2.000 prisioneiros palestinianos.
O Hamas começou desde então a devolver os restos mortais dos reféns mortos e, antes da entrega dos restos mortais esta noite, tinha já devolvido 24 dos 28 reféns mortos, como acordado no âmbito da trégua.
Os restos mortais dos últimos reféns são agora os de dois israelitas e de um trabalhador tailandês raptados durante o ataque de 07 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.
A etapa seguinte do acordo, ainda por negociar, prevê a continuação da retirada israelita, o desarmamento do Hamas, bem como a reconstrução e a futura governação do enclave.
Nas últimas semanas, as duas partes beligerantes têm trocado acusações de violações do cessar-fogo.
Outro dos pontos de fricção está o encerramento contínuo da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, o que tem dificultado a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Na sequência dos ataques de outubro de 2023, o Exército israelita lançou uma ofensiva de larga escala contra o enclave palestiniano, que já causou mais de 69.000 mortos e 170.700 feridos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, cujos dados são considerados fidedignos pela ONU.