Líder da Câmara dos Representantes visita colonato na Cisjordânia
O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Mike Johnson, visitou hoje o colonato israelita de Ariel na Cisjordânia ocupada, tornando-se o mais alto funcionário norte-americano a visitar um colonato deste tipo.
Johnson faz parte de uma delegação de legisladores republicanos em visita não oficial a Israel e deslocou-se a Ariel, noticiou a imprensa israelita, citada pela agência de notícias espanhola EFE.
Considerado ilegal ao abrigo do direito internacional, Ariel é um dos quatro maiores colonatos da Cisjordânia ocupada por Israel desde 1967.
O advogado e político israelo-norte-americano Marc Zell, que também é colono, afirmou nas redes sociais que Johnson garantiu durante a visita que o território da Judeia e Samaria (nome pelo qual os judeus se referem à Cisjordânia) é "propriedade legítima do povo judeu".
Fundada em 1978, a cidade de Ariel, no centro da Cisjordânia, tem uma população de cerca de 25.000 pessoas.
Espera-se que nos próximos anos milhares de novas casas abriguem jovens famílias israelitas que não podem pagar uma casa em Telavive ou Haifa, segundo a EFE.
De acordo com a organização não-governamental (ONG) israelita B`Tselem, existem ainda na área municipal de Ariel muitos terrenos privados palestinianos que não estão acessíveis aos respetivos proprietários.
O presidente da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso norte-americano) também visitou o Muro das Lamentações em Jerusalém no domingo à noite, onde manifestou o desejo de que os Estados Unidos estejam "sempre do lado de Israel".
Segundo o Governo israelita, a visita teve lugar no dia de Tisha B`Av, que comemora a destruição do Primeiro e Segundo Templos do Judaísmo.
"Estamos gratos por estarmos aqui em Israel, especialmente neste dia, em que se comemora a destruição do templo, duas vezes ao longo da História", disse Johnson.
O dirigente republicano considerou a visita ao Muro das Lamentações, onde rezou, como um momento emotivo.
"Que Deus continue a abençoar e a proteger o povo de Israel e os vossos grandes amigos e aliados, os Estados Unidos", escreveu no livro de visitas.
Israel tem em curso uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde que foi atacado pelo grupo extremista Hamas em outubro de 2023, e enfrenta acusações de países e organizações de estar a cometer genocídio no enclave palestiniano.