Líderes religiosos e eclesiásticos condenam ataque a igreja em Gaza
Líderes religiosos e eclesiásticos de Jerusalém uniram-se hoje para condenar o "atroz ataque israelita" que fez na quinta-feira três mortos na Igreja Católica da Sagrada Família, em Gaza, e apelaram ao fim da guerra.
"Apelamos aos líderes mundiais e às agências das Nações Unidas para que trabalhem por um cessar-fogo imediato em Gaza, que leve ao fim desta guerra", afirmaram os patriarcas das Igrejas Arménia e Ortodoxa Grega em comunicado, fazendo eco da mensagem de condenação do Patriarca Latino, na quinta-feira.
"As nossas orações e apoio mantêm-se firmes, clamando por justiça, paz e o fim do sofrimento que se abateu sobre o povo de Gaza", acrescentou o comunicado, lembrando que os locais de culto estão protegidos pelo direito internacional humanitário e não devem ser bombardeados.
No momento do ataque, pelas 10:20 locais (08:30 em Lisboa) de quinta-feira, havia mais de 400 pessoas sem-abrigo na igreja, incluindo crianças e pessoas com necessidades especiais.
O ataque fez pelo menos três mortos e vários feridos, incluindo o pároco, o argentino Gabriel Romanelli, a quem o Papa Francisco telefonava todos os dias desde o início da invasão israelita da Faixa de Gaza e até pouco antes da sua morte, em 21 de abril.
Na noite passada, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lamentou que "uma munição perdida" do exército israelita tenha atingido a igreja e afirmou que "cada vida inocente perdida é uma tragédia", numa mensagem enviada após uma conversa telefónica com o presidente norte-americano, Donald Trump.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 58 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.