Netanyahu acusa primeiro-ministro australiano de trair Israel

O primeiro-ministro israelita acusou hoje o homólogo australiano, Anthony Albanese, de "ter traído" Israel e abandonado os judeus, depois de este país se preparar para reconhecer um Estado palestiniano em setembro.

Lusa /
AFP

"A história lembrará Albanese pelo que ele é: um político fraco que traiu Israel e abandonou os judeus australianos", escreveu Benjamin Netanyahu na rede social X.

Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, anunciou o cancelamento dos vistos dos diplomatas australianos junto da Autoridade Palestiniana, cuja representação está na Cisjordânia, em Ramallah.

"Recentemente, foi enviada uma notificação a esse respeito ao embaixador australiano em Israel", disse Saar num comunicado, no qual detalhou ter ordenado também à Embaixada de Israel em Camberra "um exame cuidadoso" de qualquer pedido de visto australiano para entrar em Israel.

"Isto surge na sequência da decisão da Austrália de reconhecer um `Estado palestiniano` e da recusa injustificada de conceder vistos [para entrar na Austrália] a várias figuras israelitas, entre as quais a ex-ministra da Justiça Eilat Shaked e o presidente da Comissão de Constituição, Direito e Justiça do Knesset [Parlamento], o deputado Simcha Rotman", acrescentou na mesma nota.

A Austrália proibiu o deputado de extrema direita do partido Sionismo Religioso, Simcha Rothman, de visitar o país na segunda-feira, declarou o ministro do Interior, Tony Burke, por difundir "uma mensagem de ódio e divisão".

Por sua vez, a chefe da diplomacia australiana, Penny Wong, considerou "injustificada a decisão" de Israel de revogar vistos e comprometeu-se a continuar a trabalhar para promover uma solução de dois Estados, alcançar o cessar-fogo em Gaza e conseguir a libertação dos reféns.

A 11 de agosto, Camberra anunciou que vai reconhecer o Estado da Palestina durante a próxima Assembleia-geral da ONU, em setembro, em Nova Iorque.

Mais de 146 países já reconheceram a Palestina, apesar da ocupação militar israelita do território. Nas últimas semanas, França, Canadá, Malta e Reino Unido comprometeram-se a fazê-lo.

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