União Europeia disponível para retirar pacientes de hospitais mediante pedido

por Lusa

A Comissão Europeia disse hoje que a União Europeia (UE) está disponível para retirar pacientes de hospitais na Faixa de Gaza mediante pedido das autoridades palestinianas, dados os bombardeamentos de Israel, após ter feito evacuações médicas na Ucrânia.

"Implementámos sistemas de evacuação médica em resposta à guerra da Rússia contra a Ucrânia. Ainda não foi criado nenhum sistema de evacuação médica para Gaza, mas poderá ser considerado, se for recebido um pedido", disse a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides.

Discursando hoje perante os ministros europeus da tutela -- incluindo o português, Manuel Pizarro - que não prestou declarações aos jornalistas --, a responsável lamentou a atual "catástrofe humanitária de proporções sem precedentes para a população de Gaza".

"As prioridades urgentes continuam a ser a saúde, a alimentação, a água e o saneamento, os abrigos e os artigos não alimentares - os requisitos mais básicos para a vida. Precisamos de corredores humanitários que permitam a circulação de pessoas e a prestação de assistência em Gaza e o direito humanitário internacional deve ser respeitado, nomeadamente no que concerne aos trabalhadores humanitários e às infraestruturas civis, como os hospitais", apelou Stella Kyriakides.

Até ao momento, através de uma ponte aérea com o Egito, a UE já realizou 21 voos com ajuda humanitária para Gaza, que levaram mais de 900 toneladas de carga, depois transportada por camião.

Estão a ser planeados mais voos humanitários.

Ao mesmo tempo, a UE tem estado a coordenar, através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, voos de repatriamento, assistência em espécie e apoio logístico, nomeadamente após ofertas de medicamentos e equipamento médico feitas pela Suécia, Espanha, Áustria e Polónia, que já estão a ser canalizadas para o Egito.

"As necessidades mais urgentes são de equipamento crítico para cuidados intensivos ou equipamento médico para traumas. Estamos prontos para canalizar mais assistência, conforme necessário", adiantou apelou Stella Kyriakides.

O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela UE e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

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