Alegações finais do processo Taguspark agendadas para 8 de maio

Oeiras, 10 abr (Lusa) - O tribunal de Oeiras marcou hoje as alegações finais do processo Taguspark para 08 de maio, no dia em que António Lobo Xavier afirmou que o arguido João Carlos Silva não é "um homem do aparelho partidário".

Lusa /

No processo Taguspark estão em causa, segundo a acusação, alegadas contrapartidas que o polo tecnológico terá dado, por intermédio do ex-administrador Rui Pedro Soares, ao ex-futebolista Luís Figo, para este apoiar a campanha de José Sócrates a primeiro-ministro nas legislativas de setembro de 2009.

Rui Pedro Soares, ex-administrador não executivo do pólo tecnológico de Oeiras, Américo Tomatti, à data dos factos, presidente da comissão executiva do Taguspark e João Carlos Silva, antigo administrador do pólo, estão acusados de corrupção passiva para ato ilícito.

A sessão de hoje do processo que está a decorrer no tribunal de Oeiras foi dedicada ao ex deputado do CDS-PP, António Lobo Xavier, testemunha abonatória de João Carlos Silva, ex deputado do PS, secretário de Estado do Orçamento do Governo do socialista António Guterres e antigo presidente da RTP.

O antigo líder parlamentar do CDS-PP afirmou ao coletivo de juízes acreditar que João Carlos Silva não é "um homem de aparelho partidário que pudesse estar num cargo público para fazer a vontade a um partido".

À saída do tribunal, Lobo Xavier adiantou aos jornalistas: "Para mim é a antítese de um homem de aparelho, incapaz de fazer as vontades do líder de um partido ou de um membro de um governo. É um homem independente com sentido de serviço público".

Quanto questionado pelos jornalistas sobre a acusação, que aborda um eventual esquema político entre o Taguspark e a campanha de José Sócrates a primeiro-ministro, Lobo Xavier afirmou que "estas coisas podem acontecer", mas nega que João Carlos Silva pudesse ser um "instrumento típico desse tipo de acontecimentos tão frequentes".

"A minha experiencia é de que estas coisas na politica podem acontecer, uma ligação entre uma iniciativa partidária e uma empresa da orbita do governo ou uma que tenha interesses articulados com um governo. Isso pode acontecer, mas não me parece de modo algum que João Carlos Silva seja um instrumento típico desse tipo de acontecimentos tão frequentes", afirmou.

No início da sessão, o coletivo de juízes presidido por Paula Albuquerque agendou a audição a José Mourinho para 17 de abril e as alegações finais para 08 de maio.

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