Economia
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BCE anuncia subida das suas taxas de juro em 50 pontos base
O Banco Central Europeu anunciou esta quinta-feira que decidiu proceder a um aumento de 50 pontos base das suas três taxas de juro diretoras.
É a primeira subida das taxas de juro na Zona Euro em 11 anos. Desde o ano 2000 que não se registava uma subida de 0,5 por cento, ou 50 pontos base.
A decisão foi anunciada em comunicado do Banco Central Europeu.
O objectivo desta subida é travar a inflação na Zona Euro que em junho atingiu os 8,6% devido ao impacto da guerra e da crise energética. Pretende-se também controlar a queda do euro face ao dólar, o que faz subir o preço das matérias-primas.
A taxa de juro das principais operações de refinanciamento passa de 0% para 0,50%, a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez fica agora em 0,75% e a taxa de depósito que estava em terreno negativo (-0,50%) sobe para 0%.
Estas subidas têm efeitos a partir de 27 de julho. Inicialmente, o BCE tinha indicado que a subida seria inferior, na ordem dos 25 pontos base.
"O Conselho do BCE considerou apropriado dar um primeiro passo maior, na sua trajetória de normalização das taxas de juro diretoras, do que o sinalizado na reunião anterior", lê-se no comunicado do banco central.
Em conferência de imprensa, a presidente da instituição monetária, Christine Lagarde assumiu que o horizonte económico da Zona Euro "está a ficar ensombrado" devido ao contexto de guerra na Ucrânia e à inflação.
Sobre a taxa de inflação, admite que deverá "permanecer a um nível indesejavelmente alto por algum tempo".
As consequências do conflito armado na Ucrânia, com inflação recorde e grande incerteza na economia "ensombram significativamente as perspetivas para o segundo semestre de 2022 e mais além", acrescentou a líder do BCE.
Juros das dívidas disparam
Os juros da dívida pública europeia dispararam depois do Banco Central Europeu ter anunciado a subida das taxas de juro.
Segundo dados da Bloomberg, cerca das 13h30 em Lisboa, os juros da dívida alemã a 10 anos, considerada a mais segura da Europa, subiram para 1,350%, contra 1,253% na quarta-feira.
Contudo, os juros da dívida italiana eram os que mais subiam na Europa, estando à mesma hora a avançar para 3,595%, contra 3,383% na quarta-feira.
Para além da subida das taxas de juro hoje anunciada, a notícia da demissão do primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, também está a ter grande impacto.
Contudo, os juros da dívida italiana eram os que mais subiam na Europa, estando à mesma hora a avançar para 3,595%, contra 3,383% na quarta-feira.
Para além da subida das taxas de juro hoje anunciada, a notícia da demissão do primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, também está a ter grande impacto.
Os juros das dívidas portuguesa e espanhola também estavam sob pressão, a subir, respetivamente, para 2,514% (contra 2,389% na quarta-feira) e 2,593% (contra 2,476% na quarta-feira).
c/ Lusa