Deputado do PSD quer governante do CDS responsabilizado pela crise na colocação de professores
O deputado social-democrata Duarte Marques considerou "lamentável" o modo como se processou o concurso dos professores e ficou a um passo de reclamar a demissão do secretário de Estado da Administração Escolar, João Casanova de Almeida, embora deixando esta conclusão para o governante e comissário nacional do CDS.
Segundo Duarte Marques, em declarações à agência Lusa, "é lamentável o que aconteceu com o concurso de professores e mais lamentável que o secretário de Estado da Administração Escolar não venha a terreiro pedir desculpa, explicar o sucedido e tranquilizar os professores, até porque há muitos que já alugaram casas e que já começaram a organizar as suas vidas e agora não sabem o que lhes vai acontecer".
O deputado do PSD, que integra a comissão parlamentar de Educação, considera que, embora o ministro da Educação tenha vindo a público assumir a responsabilidade da situação, o secretário de Estado da Administração Escolar, antigo chefe de gabinete do Grupo Parlamentar do CDS/PP na XI Legislatura, também deveria assumir a sua quota de responsabilidades.
"Parece-me fundamental que o secretário de Estado venha explicar o processo e dizer o que se vai passar, depois da anulação do concurso da Bolsa de Contratação das Escolas", frisou.
"É necessário saber o que vai acontecer aos professores que estão colocados, porque há muitos a receber informação das escolas de que os seus contratos vão ser revogados", acrescentou.
Para o deputado, é ainda necessário que o ocorrido sirva de exemplo e que, "de uma vez por todas, se encontre um novo modelo de colocação de professores".
"Um modelo mais previsível, mais estável e mais transparente", sustentou.
"É incrível como o país não consegue resolver de vez o problema da colocação de professores. Nos últimos 15 anos já se torna uma espécie de ritual o problema na colocação de professores", acrescentu Duarte de Almeida.
As escolas com contrato de autonomia e em território educativo de intervenção prioritária receberam orientações da Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE), na sexta-feira, para revogarem as listas de ordenação anteriores e anularem as colocações de professores do concurso da bolsa de contratação, cujos resultados foram conhecidos a 12 de setembro.
No mesmo dia, um comunicado do MEC anunciava que a publicação das novas listas de ordenação de professores, na bolsa de contratação, implicava a revogação das listas iniciais.
"Caso essa informação não tivesse sido transmitida às escolas, a própria publicação das novas listas implicaria uma revogação tácita daquelas anteriormente divulgadas", lia-se no comunicado.
As novas listas substituem as anteriores, nas quais foram detetados erros, que levaram à demissão do antigo diretor-geral da Administração Escolar.