"Governo admite apenas aumento do subsídio de refeição já em 2026"
O Governo cumpre uma nova ronda negocial com as três federações sindicais da Administração Pública para debater a atualização geral dos salários.
O secretário-geral da Fesap afirmou esta quarta-feira que o Governo admitiu aumentar o subsídio de refeição já em 2026, mas não detalhou o valor concreto, após uma reunião com a secretária de Estado da Administração Pública.
Numa altura em que o Executivo propõe, entre outras medidas, aumentar em dez cêntimos o subsídio de refeição na Função Pública, a partir de 2027, e aumentos salariais de 2,3 por cento, com um mínimo de 60,52 euros em 2029, os sindicatos avisam que o Governo tem de ir mais além e já para no próximo ano.
"Foi mais uma reunião onde o Governo admitiu apenas o aumento do subsídio de refeição já no ano de 2026", afirmou José Abraão, acrescentando, no entanto, que o Executivo não apresentou qualquer proposta nem o valor concreto.
Na última reunião, o Governo tinha proposto um aumento do subsídio de refeição na Função Pública em dez cêntimos ao ano a partir de 2027, tendo em vista atingir os 6,30 euros em 2029. Mas, a manter-se esta proposta e mesmo com a antecipação para o próximo ano, a Fesap considera que não será suficiente para alcançar um novo acordo."Esperamos que os dez cêntimos possam, claramente, ser superiores àquilo que nos apresentaram, por ridículo que era", aponta José Abraão, enaltecendo ainda assim que o executivo esteja disponível para aumentar o subsídio de refeição já no próximo ano.
Questionado sobre se os dez cêntimos seriam suficientes, retorquiu: "Já percebeu, desde o primeiro minuto, quando nós lhe dizemos que dez cêntimos não dão para um pão" e se o Governo não se chegar "à frente com um pouco de manteiga, queijo ou outra coisa para pormos no pão, certamente não podemos aceitar".
A Fesap aproveitou ainda para anunciar que podia juntar-se à greve geral, marcada para o próximo mês.
"Nós respeitaremos sempre as decisões dos órgãos nacionais da UGT. Não é só por solidariedade é também porque há milhares de trabalhadores da Administração Pública a quem se aplica o código de Trabalho", explicou.
c/ Lusa