Segundo o mesmo Ministério, Nixón António Moreno Merchán entrou no Panamá a 23 de outubro de 2011 onde pediu asilo político "devido à preocupação pela sua integridade pessoal no caso de regressar ao seu país".

O comunicado sublinha ainda que o Panamá tomou a decisão "seguindo essa tradição do Estado" em questões de asilo político.

Nixon Moreno era estudante de Ciências Políticas na Universidade de Los Andes, Mérida (sudoeste de Caracas), liderava o grupo estudantil M-13 e presidia a Federação de Centros de Estudantes.

Em 2006 foi acusado de tentar violar uma mulher polícia e de provocar ferimentos em vários oficiais durante um protesto de estudantes que liderou.

Tido como opositor de Hugo Chávez, em março de 2007 refugiou-se na Nunciatura Apostólica de Caracas onde pediu asilo. Enquanto esteve refugiado foi reeleito presidente da Federação de Centros dos Estudantes e terminou a licenciatura em Política.

Com um mandado de captura através da Interpol, quase um ano depois deixou a Nunciatura Apostólica de Caracas refugiando-se no Peru, onde se casou com a jornalista Patrícia Poleo, também foragida da Justiça venezuelana que a acusa de ser autora moral do homicídio de um Procurador.

Os seguidores de Hugo Chávez dizem que Nixon Moreno é um criminoso que deve responder pelos delitos de conspiração, rebelião civil, ofensa aos chefes de Estado, impedimento do exercício de direitos políticos, privação ilegítima de liberdade e violência sobre funcionares públicos.

A oposição venezuelana considera o antigo líder estudantil um "perseguido político" e as autoridades da universidade onde estudava garantem que, aquando dos atos por que é acusado, Nixon Moreno estava numa clínica, no outro extremo da cidade de Mérida, a tratar um ferimento na cara causado por uma bala de borracha.