Partido Socialista Europeu tem de ganhar eleições europeias em 2024, diz Stefan Lofven

por Lusa

O presidente do Partido Socialista Europeu disse hoje que o PSE tem de ganhar as eleições europeias em 2024 e advertiu que a Europa está a assistir a uma aproximação entre a extrema-direita e a direita tradicional.

"Permitam-me que seja muito franco: temos de ganhar as eleições europeias em 2024, pois nunca foi tão importante para a Europa e para a própria democracia ter uma liderança socialista e social-democrata. Estamos a assistir a sinais em toda a Europa de uma aproximação entre a extrema-direita e a direita tradicional", declarou Stefan Lofven, o presidente do PSE.

No seu discurso, proferido em inglês, com legendas disponíveis em português em écras gigantes ao lado do palco, no Pavilhão Rosa Mota, nos Jardins de Cristal do Porto, Stefan Lofven alertou que mesmo em Portugal, um país muitas vezes "considerado imune" à extrema-direita, "os principais partidos de centro-direita já fizeram essa aproximação nos Açores e no parlamento português".

"Ninguém está imune a movimentos regressivos, e só nós, socialistas, podemos detê-los", sustentou o presidente do PSE, perante milhares de militantes e simpatizantes socialistas no Pavilhão Rosa Mota, no Porto.

Stefan Lofven explicou que à medida que se aproximam as eleições europeias em 2024, tem de haver um movimento da segurança do emprego e do emprego de qualidade, bem como tem de haver um reforço o estado-providência.

"Temos de ser o movimento que protege os direitos fundamentais, a democracia e o estado de direito. Temos de ser o movimento que age de forma decisiva na área das alterações climáticas e da energia a preços acessíveis. Temos de ser o movimento que protege e promove os direitos das mulheres e que trabalha no sentido da igualdade de género. Temos de ser o movimento da cooperação internacional e do multilateralismo".

O presidente do PSE destacou o legado do PS português, afirmando que continua a inspirar todos os movimentos socialistas na Europa.

"Graças aos vossos esforços, a taxa de desemprego em Portugal baixou, os salários estão a subir, estão a ser implementadas novas medidas no sentido de habitação acessível e estão a ser planeadas ações para apoiar as famílias a enfrentarem a inflação que se faz sentir (...), ajudando milhares de portugueses no seu dia a dia. Este feito raro é um farol de esperança na paisagem política europeia, cada vez mais ameaçada por movimentos retrógrados e antidemocráticos", disse.

Stefan Lofven admitiu, por seu turno que este mandato europeu foi "extremamente difícil", designadamente por causa da pandemia da covid-19, que exerceu uma "pressão" sobre os cidadãos, trabalhadores, entidades locais, regionais e nacionais e sobre as instituições europeias".

Para Stefan Lofven a pandemia veio mostrar, uma vez mais, que um estado providência forte, com instituições democráticas e serviços públicos é "vital" para o bem-estar da União e seus cidadãos, dando como exemplo que com o trabalho de líderes progressistas como António Costa "foi possível resolver os efeitos adversos da pandemia com ações rápidas e corajosas a nível europeu".

A agressão da Rússia à Ucrânia foi outro ponto abordado pelo presidente do PSE, destacando que socialistas e democratas mobilizaram esforços desde o início e apoiaram massivamente a Ucrânia com ajuda humanitária, financeira e militar.

"Portugal é um exemplo pela vossa solidariedade ao receberem muitos refugiados ucranianos e pela sua participação nos esforços europeus para ajudar a Ucrânia a resistir a esta agressão brutal.

Segundo aquele líder socialista europeu, deve continuar-se a fazer tudo para ajudar a Ucrânia a vencer a guerra.

"Quando chegar a altura, abrir caminho para a paz nos termos da Ucrânia. Não podemos permitir que a Rússia vença, pois isso seria uma vitória dos opressores contra os oprimidos, do despotismo contra a democracia, do autoritarismo contra a liberdade".

No seu discurso, Stefan referiu que durante décadas, os socialistas portugueses lutaram por valores fundamentais na clandestinidade, deslocados e perseguidos que foram pelo regime fascista de Salazar, recordando Mário Soares e a entrada de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE).

"O vosso empenho e coragem constantes contribuíram para que o PS se tornasse num dos símbolos da revolução democrática no 25 de Abril de 1974, e um símbolo do desenvolvimento da sociedade portuguesa como hoje a conhecemos", assinalou.

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