Teatro da Rainha representa "A Cidade dos Pássaros" no Parque D. Carlos I das Caldas

por Lusa

O Teatro da Rainha vai apresentar, no Parque D. Carlos I, "A Cidade dos Pássaros", de Bernard Chartreux, um espetáculo de rua assente numa superprodução que inclui um palco com dois pisos e quatro metros de altura.

A peça, uma adaptação de "As aves", de Aristófanes, realizada pelo dramaturgo francês Bernard Chartreux, é "uma comédia política, sobre como a democracia se transforma em demagogia", disse à agência Lusa Fernando Mora Ramos, encenador do Teatro da Rainha.

Intitulado "A Cidade dos Pássaros", o espetáculo aborda "questões atuais, como a corrupção e os amiguismos", através da história de Evélpidos e Pistesteros (este com vocação de ditador) que deixam Atenas e fundam, junto dos pássaros, uma nova cidade.

As aves acabam por trocar o seu modo de vida ancestral pelo "moderno modo de vida dos homens", numa encenação em que, explicou Mora Ramos, os deuses do Olimpo passam a "pagar impostos para que os fumos sacrificiais que os humanos lhes dedicam possam atravessar as alfândegas da cidade fortificada e instalada nas nuvens".

A fortaleza nas nuvens levou à criação de "uma construção complexa de dois andares e quatro metros de altura, onde os atores vão representar os pássaros, junto à copa das árvores [do parque D. Carlos I]", acrescentou.

Uma "superprodução" que marca o terceiro espetáculo de rua apresentado pela companhia sediada nas Caldas da Rainha, e que mais uma vez aposta, segundo o encenador, "num registo cómico para alertar para questões muito sérias do quotidiano".

"É claro que Zeus se chateia e a tentativa acaba mal", com o deus dos deuses a usar a sua "arma de destruição maciça, o trovão e companhia: raios, granizo, ventos, tsunamis, etc.", pode ler-se na sinopse.

"Pisteteropolis é um falhanço, como Sodoma e Gomorra, como Cápua, como Mahagony" ou, como espera Mora Ramos, "a América de Trump, o Brasil do Bolsonaro, a Hungria de Órban, as Filipinas de Duterte, a Itália de Salvini e a França da LePen".

Com tradução de Luís Varela e encenação de Fernando Mora Ramos, a peça conta com as interpretações dos atores da companhia e de amadores, parte dos quais da Universidade Sénior das Caldas da Rainha.

Realizado com o apoio do município, o espetáculo estará em cena de 03 a 06 de julho, às 21:30, com entradas grátis e capacidade para cerca de 200 espetadores sentados.

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