UE e Irão negociam em Doha perante ameaça de sanções

A chefe da diplomacia da União Europeia (UE) reuniu-se esta quinta-feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano em Doha, para tentar encontrar uma solução para o programa nuclear de Teerão, à medida que a ameaça de sanções se aproxima.

Lusa /
Reuters

A reunião decorreu depois de as potências europeias terem dado a Teerão um mês para negociar o seu programa nuclear e evitar a reimposição de sanções por não ter sido implementado um acordo assinado em 2015.

"Kaja Kallas reuniu-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, em Doha, para discutir os esforços para chegar a uma solução negociada para a questão nuclear iraniana", destacou fonte da UE, que falou com a agência France-Presse (AFP) sob condição de anonimato.

"As discussões centraram-se numa série de questões, incluindo o acesso dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) às instalações nucleares iranianas e o destino das reservas iranianas de urânio altamente enriquecido", acrescentou.

O Reino Unido, a França e a Alemanha, membros do chamado grupo E3, indicaram a sua disponibilidade para retirar as novas sanções caso o Irão aborde as preocupações levantadas sobre o seu programa nuclear.

Assinado em julho de 2015 pelo E3, Irão, Estados Unidos, China e Rússia, sob a liderança da administração do Presidente norte-americano Barack Obama, que procurava aproximar Washington de Teerão, o acordo suspendeu várias sanções económicas da ONU em troca de uma redução das atividades nucleares de Teerão.

Os Estados Unidos, durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump, decidiram retirar-se unilateralmente do acordo em 2018 e reimpuseram as suas próprias sanções.

Teerão renegou posteriormente certos compromissos, particularmente em relação ao enriquecimento de urânio.

Durante o seu segundo mandato, que começou a 20 de janeiro, o bilionário republicano começou a retomar o diálogo com o Irão, antes de Israel o convencer a ajudá-lo a atacar instalações nucleares iranianas durante uma guerra de 12 dias em junho.

Os países ocidentais suspeitam que o Irão procura adquirir armas nucleares, alegações que Teerão nega e defende o seu direito de desenvolver um programa nuclear civil.

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