Entre as mensagens, que incluem os "ministérios dos Assuntos Presidenciais, dos Negócios Estrangeiros, das Finanças, Informação, Transportes e Cultura", estará desde “correspondência íntima das mais altas figuras do partido” no poder até “registos de transferências financeiras” entre o Governo sírio e outros países, revela a organização em comunicado.

“O material é embaraçoso para a Síria, mas também para os seus adversários. Ele ajuda a que não se critique apenas uma ou outra fação, mas que se entenda os seus interesses, ações e pensamentos”, afirma o fundador do Wikileaks no comunicado, emitido a partir da Embaixada do Equador em Londres, onde Julian Assange pediu refúgio a 19 de junho. As mensagens revelam nomeadamente interações entre o governo sírio e companhias ocidentais, revelou Sarah Harrison, membro da organização, durante uma conferência de imprensa em Londres.

Os emails aparecerão em bruto no site do Wikileaks e em artigos de diversos órgãos de comunicação internacionais, incluindo a Associated Press (EUA), L'Espresso (Itália), Owni (França) ou o Publico.es (Espanha). O mesmo já tinha acontecido com os documentos divulgados sobre a invasão do Afeganistão e sobre a guerra no Iraque.

De acordo com o Público espanhol, uma das informações divulgadas pelos emails diz respeito à empresa italiana de armamento militar Finmeccanica, que terá continuado a fornecer equipamentos de alta tecnologia de telecomunicações ao Governo sírio depois da revolta, incluindo ainda este ano.

Em mais de 15 meses de revolta, a repressão e os combates entre o Exército de Bashar al-Assad e os rebeldes causaram mais de 16.500 mortos, a maioria civis, de acordo com o Observatório sírio dos direitos humanos.