17 prisioneiros entregues às autoridades afegãs são livres-Oficial
Cabul, 19 Abr (Lusa) - Os 17 prisioneiros afegãos detidos na base norte-americana de Guantanamo e hoje entregues pelos Estados Unidos às autoridades afegãs não serão julgados e regressarão à liberdade, anunciou o porta-voz do Supremo tribunal afegão, Abdul Wakil Omari.
"Dezassete prisioneiros foram libertados de Guantanamo", precisou Omari, minutos depois de uma cerimónia em Cabul durante a qual os 17 afegãos libertados da base naval norte-americana, em Cuba, foram apresentados à imprensa.
O chefe do Supremo Tribunal afegão, Fazil Hadi Shinwary, precisou por seu lado que estes homens não serão alvo de qualquer acção judicial e serão postos em liberdade.
"Prosseguirão as negociações com os responsáveis norte- americanos para libertar outros prisioneiros", adiantou.
Segundo Shinwari, se alguns prisioneiros de Guantanamo cometeram crimes, outros haverá que foram detidos com base em falsos testemunhos fornecidos por pessoas para "ajustes de contas".
"Alguns prisioneiros foram detidos devido a erros norte- americanos", assinalou.
Esta libertação ocorreu três semanas depois de os Estados Unidos terem anunciado que vão enviar para os respectivos países 38 estrangeiros detidos em Guantanamo como "combatentes inimigos", acusação que lhes custou a detenção nesta base cubana entre 2001 e 2002.
A decisão foi tomada no final de uma investigação de 10 meses sobre os 558 prisioneiros detidos no Afeganistão e noutros países e levados para Guantanamo para aí serem interrogados e eventualmente julgados, segundo os responsáveis norte-americanos.
A investigação norte-americana confirmou igualmente a detenção de 520 outros prisioneiros.
Em 12 de Março último, Washington transferiu três prisioneiros de Guantanamo para o Afeganistão, Maldivas e Paquistão, onde deveriam ser libertados, depois de um tribunal militar especial ter considerado que os três homens não poderiam ser tratados durante mais tempo como "combatentes inimigos".
Estas libertações aumentam para 214 o número de prisioneiros que deixaram a base militar de Guantanamo em Cuba.
Antes do anúncio feito a 12 de Março, a última libertação de prisioneiros afegãos detidos em Guantanamo remonta ao mês de Setembro, quando 11 prisioneiros foram libertados.
Os Estados Unidos mantêm detidos em Guantanamo prisioneiros originários de mais de 20 países, suspeitos de terrorismo, a maioria dos quais capturados no Afeganistão no final de 2001 e durante 2002 no âmbito da campanha norte-americana para derrubar o regime talibã.
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