50.000 muçulmanos em Srebrenica para o 11º aniversário do massacre
As cerimónias do 11º aniversário do massacre de Srebrenica juntaram 50.000 pessoas na cidade Bósnia para lembrar os 8.000 muçulmanos massacrados pelas forças sérvias-bósnias, a pior matança na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Sobreviventes da tragédia e familiares das vítimas, vindos do país e do estrangeiro, participaram, depois de uma oração pelos mortos, no enterro dos restos mortais de 505 vítimas, que tinham entre 15 e 78 anos na altura da tragédia.
As cerimónias tiveram lugar no cemitério de Potocari, situado à entrada de Srebrenica.
Depois de terem sido exumadas de valas comuns situadas nos arredores de Srebrenica, as 505 vítimas puderam ser identificadas com a ajuda de testes de ADN.
Até hoje, 2.000 pessoas já foram enterradas no cemitério de Potocari, criado para homenagear as vítimas do massacre.
As cerimónias deste ano foram marcadas pela presença da procuradora do Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex- Jugoslávia, Carla del Ponte.
Na ocasião, Del Ponte reafirmou a sua convicção de que as autoridades da Sérvia, se assim o quisessem, poderiam já ter detido o ex-chefe militar dos sérvios-bósnios Ratko Mladic, acusado pelos massacres de Srebrenica.
As autoridades de Belgrado poderiam deter Mladic "esta tarde" se fosse essa a sua vontade, afirmou a procuradora durante uma conversa com alguns sobreviventes.
"Não posso fazer mais nada, ninguém me ouve, é inadmissível", acrescentou.
Carla del Ponte também lamentou o facto de Radovan Karadzic, antigo chefe político dos sérvios da Bósnia, também acusado de envolvimento no massacre, continuar a monte.
"Já ninguém o procura", nem ao nível local, nem ao nível internacional, disse ainda a procuradora.
Considerados como os principais arquitectos do massacre de Srebrenica, Mladic e Karadzic estão em parte incerta desde que foram acusados pelo TPI de genocídio em 1995.