A China enviou 71 aeronaves de guerra, incluindo dezenas de caças, para exercícios militares em torno de Taiwan, denunciou esta segunda-feira o Ministério da Defesa de Taipé. Pequim avançou que estas manobras são uma "resposta firme" ao anúncio norte-americano de apoio à ilha em matéria de defesa.
As autoridades de Taiwan apontam para uma das maiores incursões diárias de aviões militares chineses, até ao momento.
Entre as 6h00 de domingo e as 6h00 desta segunda-feira, 47 dos aviões chineses cruzaram a Zona de Identificação de Defesa Aérea da ilha (ADIZ), ao longo do Estreito de Taiwan.
Taipé disse ter monitorizado as manobras chinesas e denuncia que a fronteira não oficial no Estreito de Taiwan foi ultrapassada pela China.
De acordo com o Ministério da Defesa de Taiwan, os exercícios militares envolveram 18 caças J-16, 11 caças J-1, seis caças Su-30 e drones. No mar estiveram também vários navios de guerra da marinha chinesa.
A China justificou a realização destes “exercícios de ataque” no mar e no espaço aéreo em torno de Taiwan, nas últimas 24 horas, como resposta ao que considera ser uma provocação ao apoio dos EUA à autonomia da ilha.
Taiwan é um território insular autogovernado por um governo democrático, localizado a leste da China. Pequim não reconhece independência e tem intensificado o assédio militar nos últimos anos, com o Exército Popular de Libertação do Partido Comunista a enviar quase diariamente aviões ou navios para as imediações da ilha.
71 PLA aircraft and 7 PLAN vessels around Taiwan were detected in our surrounding region by 6 a.m.(UTC+8) today. R.O.C. Armed Forces have monitored the situation and tasked CAP aircraft, Navy vessels, and land-based missile systems to respond these activities. pic.twitter.com/DagRhnN69F
— 國防部 Ministry of National Defense, R.O.C. 🇹🇼 (@MoNDefense) December 26, 2022
A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, reiterou a necessidade de Taiwan aumentar sua capacidade de defesa devido à “contínua expansão do autoritarismo”, embora não tenha feito menção à última atividade militar, segundo o jornal britânico The Guardian.
Pequim considera que as visitas de governos estrangeiros a Taiwan são gestos provocatórios à reivindicação de soberania da China e correspondem ao reconhecimento da ilha como território independente. Depois da visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan, em agosto, a China conduziu exercícios militares com fogo real ao largo da ilha.
O presidente chinês, Xi Jinping, já deixou claro que a "reunificação" de Taiwan não pode ser arrastada para as gerações futuras. Os voos militares para a ADIZ são vistos como uma forma de sondar as respostas defensivas de Taipé.