A Rússia desfilou esta sexta-feira drones de combate que suas forças usam na guerra na Ucrânia na Praça Vermelha de Moscovo, durante a parada militar que assinala o 80.º aniversário da vitória da União Soviética e dos seus aliados sobre a Alemanha nazi.
O presidente Vladimir Putin, o presidente chinês Xi Jinping e mais de duas dúzias de outros líderes estrangeiros assistiram ao desfile dos vários drones russos conduzidos pela Praça Vermelha, juntamente com outros equipamentos militares.
Segundo a Reuters, o comentador da TV estatal que descreveu o desfile em tempo real afirmou que os drones tinham sido ampla e eficazmente utilizados no que apelidou de operação militar especial da Rússia na Ucrânia.Os drones Lancet, Geran-2, Orlan-10 e Orlan-30 estavam entre os que foram exibidos no desfile para marcar o 80.º aniversário da vitória da União Soviética e dos seus aliados sobre a Alemanha nazi.
Os drones Orlan são muito utilizados para missões de reconhecimento e de seleção de alvos. O ZALA Lancet é uma munição de voo livre utilizada tanto para missões de ataque como de reconhecimento, que terá atacado e destruído numerosas peças de equipamento militar ucraniano, incluindo tanques e um jato militar.
O Geran-2 é um drones suicida ou kamikaze de fabrico russo, cuja conceção teve origem no Irão, onde foi fabricada uma versão anterior. Têm sido utilizados para atingir infraestruturas energéticas ucranianas e Kiev acusou Moscovo de os utilizar também para atingir edifícios residenciais.
A Rússia negou ter deliberadamente como alvo civis e afirma que apenas visa objetos militares ou relacionados com militares.
A Ucrânia também desenvolveu os seus próprios drones avançados e utilizou-os de forma altamente eficaz contra as tropas russas no campo de batalha e contra alvos dentro da Rússia, como depósitos de petróleo e refinarias.
Putin destaca campanha contra a Ucrânia no discurso
No discurso das cerimónias que marcam a derrota da Alemanha nazi, em 1945, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que todo o país apoia a ofensiva na Ucrânia referindo-se diretamente ao conflito que mantém desde 2022.
"Todo o país, a sociedade e o povo apoiam aqueles que participam na operação militar especial. Estamos orgulhosos da sua coragem e tenacidade, essa força de espírito que sempre e só nos trouxe a vitória", disse Putin no seu discurso na tribuna em frente ao Mausoléu de Lenine.
"A Rússia tem sido e será uma barreira indestrutível contra o nazismo, a russofobia e o antissemitismo", acrescentou o chefe de Estado. Por outro lado, Putin prestou homenagem ao papel desempenhado pelos países aliados na derrota das tropas de Hitler.
“Lembrar-nos-emos sempre que a abertura de uma segunda frente na Europa, após as batalhas decisivas no território da União Soviética, tornou a vitória mais próxima”, afirmou, acrescentando: "Valorizamos muito a contribuição dos soldados dos exércitos aliados para a nossa vitória comum", disse Vladimir Putin.
A Rússia assinala sempre no dia 9 de maio o final da Segunda Guerra Mundial mantendo a tradição que se prolonga desde a era soviética. O conflito que decorreu entre 1939 e 1945 fez mais de vinte milhões de mortos na União Soviética.
Ativos russos congelados vão manter tanques Caesar na Ucrânia
A França vai utilizar os rendimentos dos ativos russos congelados para manter os canhões Caesar que forneceu à Ucrânia, anunciou o chefe da diplomacia francesa na sexta-feira, em Lviv, no oeste da Ucrânia.
“Vamos anunciar em breve que, graças à mobilização das receitas das ações congeladas, a França poderá, através da sua empresa KNDS, assegurar a manutenção operacional dos canhões Caesar que a França forneceu à Ucrânia para resistir aos golpes da Rússia”, declarou Jean-Noël Barrot, que participa numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia.A União Europeia decidiu utilizar os juros gerados pelos ativos russos congelados para ajudar Kiev.
Em junho de 2024, o grupo franco-alemão de armamento KNDS, que fabrica nomeadamente canhões Caesar, oficializou em Paris a criação de uma filial na Ucrânia e indicou na altura a instalação de um centro de manutenção Caesar.
A França entregou cerca de 60 destes canhões, que são capazes de disparar seis projéteis em menos de um minuto, a uma distância de 40 quilómetros com grande precisão.
Jean-Noël Barrot considera também que é necessário “pressionar (o presidente russo) Vladimir Putin a aceitar” um cessar-fogo.
Tribunal especial para a Rússia
A Ucrânia e os seus apoiantes europeus estão reunidos em Lviv para aprovar a criação de um tribunal especial para julgar os “crimes de agressão” cometidos pela Rússia desde a sua invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.O primeiro-ministro ucraniano, Denys Chmygal, recebeu em Lviv a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, e delegações de 35 países europeus.
“É importante e simbólico que, no Dia da Europa, os nossos parceiros europeus estejam ao lado da Ucrânia”, frisou Chmygal nas redes sociais.
Esta luz verde política surge durante uma visita dos ministros dos negócios estrangeiros da União Europeia, numa altura em que a Rússia celebra a vitória sobre a Alemanha nazi em 1945 com grande pompa em Moscovo.
“Não haverá impunidade”, realçou Kallas à imprensa na quinta-feira. Esta deslocação simbólica à Ucrânia é um lembrete de que “nem todos os que apoiam verdadeiramente a paz podem estar ao lado do presidente russo Vladimir Putin”, sublinhou.
O tribunal especial para “crimes de agressão” irá trabalhar em conjunto com o Tribunal Penal Internacional (TPI), que já emitiu mandados de captura internacionais para vários líderes russos, incluindo Vladimir Putin.
No entanto, é impotente para julgar a Rússia por “crimes de agressão”, daí a ideia de criar este tribunal especial, lançado pouco depois da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
O tribunal será criado pelo Conselho da Europa, o principal organismo de controlo dos direitos humanos do continente, criado após a Segunda Guerra Mundial para defender os direitos e o Estado de direito.
Os trabalhos para criação deste tribunal especial aceleraram desde o regresso de Donald Trump à Casa Branca e o receio de que Vladimir Putin e outros dirigentes russos beneficiassem de imunidade em caso de acordo de paz.Cessar–fogo incondicional de 30 dias
Na quinta-feira, Donald Trump apelou a um “cessar-fogo incondicional de 30 dias” na Ucrânia, enquanto Volodymyr Zelensky disse estar aberto a “todos os formatos de negociação” com a Rússia.
Tanto a Rússia como a Ucrânia “terão de ser responsabilizadas” e “se o cessar-fogo não for respeitado, os Estados Unidos e os seus parceiros imporão novas sanções”, ameaçou o presidente norte-americano na sua rede social Truth.A proposta do presidente norte-americano é apoiada pelo Reino Unido e países do norte da Europa, revelou o primeiro-ministro norueguês.
“Precisamos de um cessar-fogo incondicional”, disse Jonas Gahr Støre., por ocasião da reunião dos 10 países da Força Expedicionária Conjunta (JEF, na sigla em inglês), citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
O líder norueguês disse que o cessar-fogo deve ser monitorizado e respeitado antes de se poder avançar para “negociações sobre as principais questões, a fim de alcançar uma paz duradoura”.
A JEF integra Dinamarca, Estónia, Finlândia, Islândia, Letónia, Lituânia, Noruega, Suécia, Países Baixos e Reino Unido, todos membros da NATO.
Estes países mantiveram conversas telefónicas separadas com Donald Trump e com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na quinta-feira à noite, acrescentou a AFP.
O pedido de cessar-fogo de Trump “é aceite e compreendido, assim como a necessidade de pressionar a Rússia a respeitar este cessar-fogo”, acrescentou Jonas Gahr Støre.
“Se não for respeitado, devem ser impostas sanções”, sublinhou.
Segundo Jonas Gahr Støre, trata-se de “uma abordagem concertada que está atualmente a ser adotada pelos Estados Unidos, pelos europeus e pela Ucrânia”.A Força Expedicionária Conjunta é liderada pelo Reino Unido. A ideia da criação da força nasceu em 2012 e consolidou-se após a cimeira da NATO de 2014, ano em que a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia.
A força foi concretizada com a assinatura de um memorando de entendimento em 2018.
Segundo a Reuters, o comentador da TV estatal que descreveu o desfile em tempo real afirmou que os drones tinham sido ampla e eficazmente utilizados no que apelidou de operação militar especial da Rússia na Ucrânia.Os drones Lancet, Geran-2, Orlan-10 e Orlan-30 estavam entre os que foram exibidos no desfile para marcar o 80.º aniversário da vitória da União Soviética e dos seus aliados sobre a Alemanha nazi.
Os drones Orlan são muito utilizados para missões de reconhecimento e de seleção de alvos. O ZALA Lancet é uma munição de voo livre utilizada tanto para missões de ataque como de reconhecimento, que terá atacado e destruído numerosas peças de equipamento militar ucraniano, incluindo tanques e um jato militar.
O Geran-2 é um drones suicida ou kamikaze de fabrico russo, cuja conceção teve origem no Irão, onde foi fabricada uma versão anterior. Têm sido utilizados para atingir infraestruturas energéticas ucranianas e Kiev acusou Moscovo de os utilizar também para atingir edifícios residenciais.
A Rússia negou ter deliberadamente como alvo civis e afirma que apenas visa objetos militares ou relacionados com militares.
A Ucrânia também desenvolveu os seus próprios drones avançados e utilizou-os de forma altamente eficaz contra as tropas russas no campo de batalha e contra alvos dentro da Rússia, como depósitos de petróleo e refinarias.
Putin destaca campanha contra a Ucrânia no discurso
No discurso das cerimónias que marcam a derrota da Alemanha nazi, em 1945, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que todo o país apoia a ofensiva na Ucrânia referindo-se diretamente ao conflito que mantém desde 2022.
"Todo o país, a sociedade e o povo apoiam aqueles que participam na operação militar especial. Estamos orgulhosos da sua coragem e tenacidade, essa força de espírito que sempre e só nos trouxe a vitória", disse Putin no seu discurso na tribuna em frente ao Mausoléu de Lenine.
"A Rússia tem sido e será uma barreira indestrutível contra o nazismo, a russofobia e o antissemitismo", acrescentou o chefe de Estado. Por outro lado, Putin prestou homenagem ao papel desempenhado pelos países aliados na derrota das tropas de Hitler.
“Lembrar-nos-emos sempre que a abertura de uma segunda frente na Europa, após as batalhas decisivas no território da União Soviética, tornou a vitória mais próxima”, afirmou, acrescentando: "Valorizamos muito a contribuição dos soldados dos exércitos aliados para a nossa vitória comum", disse Vladimir Putin.
A Rússia assinala sempre no dia 9 de maio o final da Segunda Guerra Mundial mantendo a tradição que se prolonga desde a era soviética. O conflito que decorreu entre 1939 e 1945 fez mais de vinte milhões de mortos na União Soviética.
Ativos russos congelados vão manter tanques Caesar na Ucrânia
A França vai utilizar os rendimentos dos ativos russos congelados para manter os canhões Caesar que forneceu à Ucrânia, anunciou o chefe da diplomacia francesa na sexta-feira, em Lviv, no oeste da Ucrânia.
“Vamos anunciar em breve que, graças à mobilização das receitas das ações congeladas, a França poderá, através da sua empresa KNDS, assegurar a manutenção operacional dos canhões Caesar que a França forneceu à Ucrânia para resistir aos golpes da Rússia”, declarou Jean-Noël Barrot, que participa numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia.A União Europeia decidiu utilizar os juros gerados pelos ativos russos congelados para ajudar Kiev.
Em junho de 2024, o grupo franco-alemão de armamento KNDS, que fabrica nomeadamente canhões Caesar, oficializou em Paris a criação de uma filial na Ucrânia e indicou na altura a instalação de um centro de manutenção Caesar.
A França entregou cerca de 60 destes canhões, que são capazes de disparar seis projéteis em menos de um minuto, a uma distância de 40 quilómetros com grande precisão.
Jean-Noël Barrot considera também que é necessário “pressionar (o presidente russo) Vladimir Putin a aceitar” um cessar-fogo.
Tribunal especial para a Rússia
A Ucrânia e os seus apoiantes europeus estão reunidos em Lviv para aprovar a criação de um tribunal especial para julgar os “crimes de agressão” cometidos pela Rússia desde a sua invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.O primeiro-ministro ucraniano, Denys Chmygal, recebeu em Lviv a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, e delegações de 35 países europeus.
“É importante e simbólico que, no Dia da Europa, os nossos parceiros europeus estejam ao lado da Ucrânia”, frisou Chmygal nas redes sociais.
Esta luz verde política surge durante uma visita dos ministros dos negócios estrangeiros da União Europeia, numa altura em que a Rússia celebra a vitória sobre a Alemanha nazi em 1945 com grande pompa em Moscovo.
“Não haverá impunidade”, realçou Kallas à imprensa na quinta-feira. Esta deslocação simbólica à Ucrânia é um lembrete de que “nem todos os que apoiam verdadeiramente a paz podem estar ao lado do presidente russo Vladimir Putin”, sublinhou.
O tribunal especial para “crimes de agressão” irá trabalhar em conjunto com o Tribunal Penal Internacional (TPI), que já emitiu mandados de captura internacionais para vários líderes russos, incluindo Vladimir Putin.
No entanto, é impotente para julgar a Rússia por “crimes de agressão”, daí a ideia de criar este tribunal especial, lançado pouco depois da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
O tribunal será criado pelo Conselho da Europa, o principal organismo de controlo dos direitos humanos do continente, criado após a Segunda Guerra Mundial para defender os direitos e o Estado de direito.
Os trabalhos para criação deste tribunal especial aceleraram desde o regresso de Donald Trump à Casa Branca e o receio de que Vladimir Putin e outros dirigentes russos beneficiassem de imunidade em caso de acordo de paz.Cessar–fogo incondicional de 30 dias
Na quinta-feira, Donald Trump apelou a um “cessar-fogo incondicional de 30 dias” na Ucrânia, enquanto Volodymyr Zelensky disse estar aberto a “todos os formatos de negociação” com a Rússia.
Tanto a Rússia como a Ucrânia “terão de ser responsabilizadas” e “se o cessar-fogo não for respeitado, os Estados Unidos e os seus parceiros imporão novas sanções”, ameaçou o presidente norte-americano na sua rede social Truth.A proposta do presidente norte-americano é apoiada pelo Reino Unido e países do norte da Europa, revelou o primeiro-ministro norueguês.
“Precisamos de um cessar-fogo incondicional”, disse Jonas Gahr Støre., por ocasião da reunião dos 10 países da Força Expedicionária Conjunta (JEF, na sigla em inglês), citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
O líder norueguês disse que o cessar-fogo deve ser monitorizado e respeitado antes de se poder avançar para “negociações sobre as principais questões, a fim de alcançar uma paz duradoura”.
A JEF integra Dinamarca, Estónia, Finlândia, Islândia, Letónia, Lituânia, Noruega, Suécia, Países Baixos e Reino Unido, todos membros da NATO.
Estes países mantiveram conversas telefónicas separadas com Donald Trump e com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na quinta-feira à noite, acrescentou a AFP.
O pedido de cessar-fogo de Trump “é aceite e compreendido, assim como a necessidade de pressionar a Rússia a respeitar este cessar-fogo”, acrescentou Jonas Gahr Støre.
“Se não for respeitado, devem ser impostas sanções”, sublinhou.
Segundo Jonas Gahr Støre, trata-se de “uma abordagem concertada que está atualmente a ser adotada pelos Estados Unidos, pelos europeus e pela Ucrânia”.A Força Expedicionária Conjunta é liderada pelo Reino Unido. A ideia da criação da força nasceu em 2012 e consolidou-se após a cimeira da NATO de 2014, ano em que a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia.
A força foi concretizada com a assinatura de um memorando de entendimento em 2018.
“Estas nações são Estados soberanos que se juntam para responder rápida e decisivamente a uma crise emergente. O desenvolvimento é possibilitado através do envolvimento político e estratégico”, de acordo com a própria força.
c/ agências