Um padre de Rhode Island, nos Estados Unidos, sugeriu que abortar é pior do que abusar sexualmente de uma criança. Richard Bucci proibiu políticos pró-aborto de receber a comunhão na sua paróquia.
A decisão do padre vem na sequência da votação da Lei da Privacidade Reprodutiva – que prevê que o Estado não deve negar ou interferir no direito da mulher em escolher ter um filho ou abortar –, em que os 44 políticos votaram a favor.
“De acordo com os ensinamentos da Igreja Católica por 2000 anos, os seguintes membros da legislatura não podem receber a Santa Comunhão, assim como todos os responsáveis do Estado de Rhode Island, bem como os membros do Congresso”, pode ler-se no folheto.
“Não estamos a falar de qualquer outro problema moral, onde alguns podem fazer uma comparação entre pedofilia e aborto. Pedofilia não mata ninguém, isto sim”, declarou o padre à estação de televisão local WJAR.Here’s a photo of the notice received by lawmakers including @repmcentee33 pic.twitter.com/diBYuAVod9
— Ian Donnis (@IanDon) January 31, 2020
Carol Hagan McEntee, representante do partido Democrata em Rhode Island e um dos nomes presentes na lista, afirmou que o padre “não entende nada, ao afirmar que a pedofilia não mata ninguém”.
McEntee declarou que o Bucci deveria ter ouvido as vítimas de abuso sexual por elementos da Igreja.
A porta-voz da diocese, Carolyn Cronin, declarou à estação de televisão WJAR, que a Igreja Católica fornece instruções detalhadas para os sacramentos. Contudo, é “o dever do pastor aplicá-las na sua paróquia, de acordo com a lei da Igreja”.
“A Igreja confia a cada pastor o dever de ensinar, santificar e governar a sua paróquia. As decisões pastorais e administrativas diárias são tomadas ao nível da paróquia local”, acrescentou a porta-voz.