Abertura de festival de música no Chile marcada por protestos

por RTP
Carlos Vera, Reuters

A noite de abertura do maior festival de música da América Latina, no resort chileno de Viña del Mar, no passado domingo, foi marcada por confrontos violentos entre polícias e manifestantes antigovernamentais. A mobilização foi organizada através das redes sociais.

O protesto surgiu na sequência dos conflitos sociais que ocorrem no país desde 18 de outubro do ano passado.

Cento e cinquenta manifestantes, muito deles encapuzados, provocaram perturbações nas proximidades do evento, nomeadamente em lojas e no hotel O'Higgins, onde estão hospedados vários artistas.

Testemunhas afirmaram que os funcionários do hotel tentaram impedir a entrada dos manifestantes usando extintores de incêndio.

Entre as lojas atacadas estão duas concessionárias de carros e escritórios vandalizados. Quinze pessoas foram presas e 23 polícias ficaram feridos, revelaram as autoridades locais.

A polícia realizou uma forte operação de segurança em todo o festival através do recurso a gás lacrimogéneo e jatos de água, afirmou a AFP.

O governador local já classificou os distúrbios como uma forma de “vandalismo”.
O que está por detrás dos protestos?
Os protestos ocorreram quatro meses depois de uma série de manifestações contra o governo chileno. O motivo da revolta residiu no aumento do preço dos bilhetes do metro na capital.

A rebelião rapidamente assumiu grandes proporções, transformando-se numa denúncia de desigualdades referentes aos custos de saúde e ao financiamento da educação.

A constituição chilena, que remonta ao regime militar do general Augusto Pinochet, também foi criticada pelos manifestantes.

Apesar de o Presidente Sebastián Piñera já ter concordado em agendar um referendo para mudar a constituição, o povo afirma que essa medida não é suficiente e acusa o governo chileno de não o ouvir.
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