A noite de abertura do maior festival de música da América Latina, no resort chileno de Viña del Mar, no passado domingo, foi marcada por confrontos violentos entre polícias e manifestantes antigovernamentais. A mobilização foi organizada através das redes sociais.
Cento e cinquenta manifestantes, muito deles encapuzados, provocaram perturbações nas proximidades do evento, nomeadamente em lojas e no hotel O'Higgins, onde estão hospedados vários artistas.
Testemunhas afirmaram que os funcionários do hotel tentaram impedir a entrada dos manifestantes usando extintores de incêndio.
Entre as lojas atacadas estão duas concessionárias de carros e escritórios vandalizados. Quinze pessoas foram presas e 23 polícias ficaram feridos, revelaram as autoridades locais.
A polícia realizou uma forte operação de segurança em todo o festival através do recurso a gás lacrimogéneo e jatos de água, afirmou a AFP.
O governador local já classificou os distúrbios como uma forma de “vandalismo”.
O que está por detrás dos protestos?
Os protestos ocorreram quatro meses depois de uma série de manifestações contra o governo chileno. O motivo da revolta residiu no aumento do preço dos bilhetes do metro na capital.
A rebelião rapidamente assumiu grandes proporções, transformando-se numa denúncia de desigualdades referentes aos custos de saúde e ao financiamento da educação.
A constituição chilena, que remonta ao regime militar do general Augusto Pinochet, também foi criticada pelos manifestantes.
Apesar de o Presidente Sebastián Piñera já ter concordado em agendar um referendo para mudar a constituição, o povo afirma que essa medida não é suficiente e acusa o governo chileno de não o ouvir.