Acidentes de viação mataram hoje 35 pessoas no sul de Moçambique

Pelo menos 35 pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas em acidentes de viação ocorridos hoje nas províncias de Maputo e Gaza, no sul de Moçambique, anunciou o Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários (Inatro).

Lusa /

Um dos acidentes, que resultou na morte de 23 pessoas e fez quatro feridos, aconteceu por volta das 04:45 (menos uma hora em Lisboa) no distrito da Manhiça, província de Maputo, na Estrada Nacional 1 (EN1), na sequência de um despiste e posterior queda de um autocarro de passageiros.

"As primeiras evidências apontam como principal provável causa do acidente o excesso de velocidade", disse o presidente do Conselho de Administração do Inatro, Nelson Nunes, em conferência de imprensa, em Maputo.

Ainda no distrito da Manhiça, foi registado esta tarde um outro acidente de viação com uma vítima mortal, anunciaram as autoridades de saúde locais.

Outro acidente ocorreu na EN1, no distrito de Chongoene, na província de Gaza, também no sul do país, resultando em 11 mortos e seis feridos, após um choque frontal entre um transporte semicoletivo de passageiros e um camião, com as autoridades rodoviárias a apontarem a ultrapassagem irregular, excesso de velocidade e fadiga do condutor de passageiros como as causas do sinistro.

"No local foram ainda constatadas várias irregularidades entre as quais o transporte de passageiros sem lista oficial, falta de habilitação para transporte público, desrespeito aos tempos de condução e violação do despacho ministerial que regula o horário de circulação de veículos pesados", apontou o presidente do Inatro, pedindo respeito pelo código de estradas para travar mortes.

Em 15 de abril, o Governo moçambicano aprovou um Plano de Ação de Segurança Rodoviária, que prevê uma série de ações para reduzir o número de acidentes de viação, incluindo o reforço das fiscalizações, alterações à legislação e intervenções em pontos considerados críticos, bem como a sensibilização das comunidades.

O Inatro arranca em 22 de agosto com a "operação travão" para controlar os excessos de velocidade e condução sob efeito de álcool, com a direção desta instituição a prometer outras campanhas de verificação da legalidade dos condutores.

Nas mesmas declarações, o responsável admitiu que as condições das estradas nacionais têm contribuído para a ocorrência de acidentes, numa altura em que o Governo está a avançar com planos e à procura de financiamento para reabilitar da EN1, a principal via que liga o país.

Esta manhã, o Presidente moçambicano pediu prudência na condução, após anunciar a morte das 11 pessoas vítimas do acidente ocorrido em Gaza.

"Queríamos aproveitar esta ocasião [...] para deixar uma mensagem aos condutores que se fazem as vias públicas para que conduzam com prudência, não haja transgressão às regras de trânsito que acabam ceifando a vida à nossa população, e igualmente queríamos aproveitar esta ocasião para prestar condolências às famílias enlutadas", disse Daniel Chapo.

Pelo menos 409 pessoas morreram em Moçambique no primeiro semestre deste ano vítimas de acidentes de viação, que provocaram ainda 823 feridos, segundo dados enviados à Lusa pela polícia moçambicana.

De acordo com o balanço do primeiro semestre da polícia de trânsito, através do comando-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), o número de mortos aumentou em 43 em comparação com igual período de 2024, quando foram registados 366 óbitos.

Os dados divulgados indicam que o país registou um total de 326 acidentes de viação nos primeiros seis meses do ano, contra 310 em igual período do ano passado.

Os índices de acidentes rodoviários em Moçambique são classificados como dramáticos, com as autoridades a apontarem o excesso de velocidade e a condução sob efeito de álcool como as principais causas.

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