O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados prepara-se para a chegada de pelo menos 700.000 migrantes e refugiados à Europa através do Mediterrâneo, até finais de 2015, e pede mais financiamento.
Num relatório publicado esta quinta-feira, a agência "prevê até 700.000 pessoas em busca de segurança e proteção internacional na Europa, em 2015".
"E possível que haja um número ainda mais importante de chegadas em 2016", acrescenta o relatório, precisando que para já prefere apostar "para já em números semelhantes a estes de 2015".
Desde 1 de janeiro já foram registadas 520.957 chegadas à Europa através do Mediterrâneo, das quais 387.520 à Grécia e 131.000 à Itália, de acordo com os números mais recentes da agência. Cerca de 18 por cento são crianças e 13 por cento mulheres.
Plano de resposta urgente
No relatório, o ACNUR apela ao que chama "iniciativa especial mediterrânica", um plano para responder de forma urgente ao fluxo de migrantes.
Para a sua concretização a agência pede 70 milhões de euros suplementares para as suas operações na região, além do pedido inicial de 8 de setembro. O orçamento que agora pretende ver atingido atinge assim quase 115 milhões de euros.
O financiamento aplica-se às atividades da ACNUR entre junho de 2015 até dezembro de 2016.
Com o plano hoje apresentado o ACNUR fixa-se três objetivos.
Primeiro, "salvar vidas e responder às necessidades humanitárias nos locais de trânsito, de primeira chegada e de destino".
Depois "reforçar os sistemas de proteção aumentado as capacidade no Corno de África, África do Norte e na Europa".
Por fim, "reforçar a disponibilidade de segurança e de soluções nas regiões onde os refugiados encontram pela primeira vez, segurança".
A agência da ONU para os Refugiados afirma pretender assim o acolhimento aos migrantes e refugiados não só na Europa mas também nos países onde chegam após fugirem do país de onde são originários, nomeadamente quanto aos sírios e países vizinhos da Síria.
A guerra civil síria já terá feito mais de quatro milhões de refugiados. A maioria está em campos de acolhimento na Jordânia, Líbano e Turquia.