Acordo de exportação de cereais ucranianos prolongado por 120 dias

O acordo de exportação de cereais ucranianos através do Mar Negro, que expirava a 19 de novembro, foi prolongado por 120 dias. A informação foi confirmada pelas Nações Unidas apesar de, recentemente, Moscovo ter ameaçado retirar-se e gerar receio de escassez de alimentos em várias regiões do mundo.

Inês Moreira Santos - RTP /
Murad Sezer - Reuters

O ministro ucraniano das Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov, anunciou esta quinta-feira que o acordo entre a Ucrânia e a Rússia, para exportação de cereais no Mar Negro, foi prorrogado por mais 20 dias e que este é “outro passo importante na luta global contra a crise alimentar”.


O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros também confirmou, de manhã, que o acordo seria prolongado “sem alterações”.

Mais tarde, o secretário-geral da ONU saudou o prolongamento da “iniciativa de exportar cereais no Mar Negro”.

“Este acordo demonstra a importância da diplomacia discreta na procura de soluções multilaterais”.

Noutra publicação no Twitter, António Guterres também enfatizou a necessidade de superar os obstáculos remanescentes à exportação de alimentos e fertilizantes da Rússia.

"Ambos os acordos assinados em Istambul há três meses são essenciais para reduzir os preços dos alimentos e fertilizantes e evitar uma crise alimentar global", acrescentou.

Na mesma linha, o presidente turco elogiou a continuação do acordo, que a Turquia medeia.

"Viu-se claramente o quão importante e benéfico é este acordo para o abastecimento de alimentos e segurança do mundo", escreveu também na rede social.

A Turquia já tinha, anteriormente, indicado que se o acordo fosse prorrogado seria “sob as mesmas condições” estabelecidas até agora

O acordo sobre os cereais ucranianos foi negociado em julho pelas Nações Unidas e pela Turquia, tendo em vista permitir que o país invadido pela Rússia retomasse a exportação destes e de outros produtos agrícolas. O prazo de validade do entendimento expirava no próximo sábado. A extensão de 120 dias é, contudo, menor do que o período de um ano que a Ucrânia tinha pedido.
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