Mundo
Acordo israelo-palestiniano para trocar prisioneiros
Um pré-acordo entre o Hamas e um negociador israelita foi atingido, segundo confirma o movimento islamita. O Governo israelita reuniu de emergência para apreciar os termos do acordo, mas o gabinete de Netanyahu considerou provável que estes venham a ser aprovados. Nesse caso, o soldado israelita Gilad Shalit, capturado há cinco anos pelo Hamas, será trocado por um número ainda não conhecido de prisioneiros palestinianos.
O diário Al Arabyia foi o primeiro a anunciar, hoje, um pré-acordo, sujeito ainda a ratificação por parte do Governo israelita. Mas o porta-voz da ala militar do Hamas, Abu Obeida, confirmou a existência do acordo e manifestou satisfação com os termos desse acordo, na sua opinião, citada pelo diario israelita Haaretz, diferente dos anteriores por ser o primeiro a realizar-se nas condições pretendidas pelo movimento islamita.
Uma reunião difícil do Governo israelita
Segundo o mesmo Haaretz, a reunião do Governo israelita iniciada às 6 p.m. locais e a decorrer neste momento destina-se a convencer os ministros que se opõem à assinatura. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estaria empenhado em obter o consenso desses objectores e teria dito aos mais renitentes que neste momento qualquer obstrução ao acordo adiaria a solução por muitos anos.
Antes de se iniciar a reunião do Governo, Netanyahu dava já como certa a conretização do acordo e afirmava: "Há dois anos e meio, quando formei o Governo assumi como minha principal tarefa a de fazer fazer voltar Shalit para os seus e a sua família e fazê-lo voltar vivo e bem de saúde".
Como aviso à navegação, dirigido aos seus ministros hostis ao acordo, acrescentou: "Não sei se o futuro próximo nos teria permitido alcançar um acordo melhor, ou qualquer acordo, porque é muito provável que a janela de oportunidade criada por estas circunstâncias se tivesse finalmente fechado, e que de todo não tivéssemos libertado Gilad".
Segundo o mesmo Haaretz, já na noite de domingo se realizara uma reunião do executivo israelita, longa de oito horas, madrugada adentro, e terminada apenas às 4 a.m. O black out fora total e da reunião nada transpirara para a imprensa. Ontem voltara a reunir-se o "gabinete de segurança", espécie de mini-conselho ministerial, apenas com os titulares das pastas consideradas de relevância securitária.
Reta final das negociações sem intermediário
A negociação do pré-acordo envolvera um intermediário alemão, Gerhard Conrad, que fora dado como presente no Cairo na semana passada. Mas a informação parece ter sido errada e acabou desmentida. O envolvimento de Conrad datava de etapas anteriores e menos bem sucedidas.
Desta vez, segundo confirmação do Governo israelita, a negociação foi conduzida no Cairo por Davi Meidan e pelo chefe da ala militar do Hamas, Ahmed Al-Jabari. Meidan estava em contacto permanente com o chefe dos serviços secretos israelitas, general Murad Muwafi.
Juntamente com o Hamas, terão estado igualmente envolvidos nas negociações responsáveis do Governo egípcio, visto que o mandato de Meidan incluía, além das negociações para a libertação de Shalit, as que visavam obter o repatriamento do alegado espião israelita Ilan Garpal, detido no Egipto. A ser ratificado o acordo, a libertação dos prisioneiros israelitas deverá ocorrer nos próximos dias.
Nas prisões israelitas prossegue entretanto uma greve de fome de prisioneiros palestinianos, a quem fora substancialmente endurecido o regime prisional, em aspectos como as possiblidades de estudo ou de visitas familiares.
A contrapartida: palestinianos libertados
A notícia do acordo desencadeou manifestações de alegria de dezenas de milhares de pessoas na Faixa de Gaza, em especial no campo de refugiados de Jabaliya, de onde provém um grande número de prisioneiros palestinianos que agora poderão ser libertados.
Uma fonte israelita citada pela Agência Reuters afirmou que o acordo prevê a libertação de um milhar de prisioneiros palestinianos. Essa libertação far-se-ia em duas fases: 450 libertações numa primeira fase, seguida pela libertação de Shalit; e 550 numa segunda fase, quando Shalit já estivesse em casa.
O dirigente do Hamas, Khaled Meshal, confirmou em linhas gerais à Agência France Press esta versão sobre o conteúdo do acordo, precisando que aos 1.000 homens do Hamas acrescem 27 mulheres que igualmente se encontram prisioneiras nas cadeias israelitas.
Entre os nomes sonantes de pessoas libertadas incluem-se o do mais carismático dirigente da Fatah, Marwan Bargouthi, condenado a várias penas de prisão perpétua; e o dirigente da Frente Popular de Libertação da Palestina, Ahmad Sadat. A exigência por parte do Hamas de que fossem também libertados dirigentes de partidos seus rivais, como a Fatah e a FPLP, não deixa de constituir um trunfo político do movimento islamita junto da base de apoio desses partidos.
Uma reunião difícil do Governo israelita
Segundo o mesmo Haaretz, a reunião do Governo israelita iniciada às 6 p.m. locais e a decorrer neste momento destina-se a convencer os ministros que se opõem à assinatura. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estaria empenhado em obter o consenso desses objectores e teria dito aos mais renitentes que neste momento qualquer obstrução ao acordo adiaria a solução por muitos anos.
Antes de se iniciar a reunião do Governo, Netanyahu dava já como certa a conretização do acordo e afirmava: "Há dois anos e meio, quando formei o Governo assumi como minha principal tarefa a de fazer fazer voltar Shalit para os seus e a sua família e fazê-lo voltar vivo e bem de saúde".
Como aviso à navegação, dirigido aos seus ministros hostis ao acordo, acrescentou: "Não sei se o futuro próximo nos teria permitido alcançar um acordo melhor, ou qualquer acordo, porque é muito provável que a janela de oportunidade criada por estas circunstâncias se tivesse finalmente fechado, e que de todo não tivéssemos libertado Gilad".
Segundo o mesmo Haaretz, já na noite de domingo se realizara uma reunião do executivo israelita, longa de oito horas, madrugada adentro, e terminada apenas às 4 a.m. O black out fora total e da reunião nada transpirara para a imprensa. Ontem voltara a reunir-se o "gabinete de segurança", espécie de mini-conselho ministerial, apenas com os titulares das pastas consideradas de relevância securitária.
Reta final das negociações sem intermediário
A negociação do pré-acordo envolvera um intermediário alemão, Gerhard Conrad, que fora dado como presente no Cairo na semana passada. Mas a informação parece ter sido errada e acabou desmentida. O envolvimento de Conrad datava de etapas anteriores e menos bem sucedidas.
Desta vez, segundo confirmação do Governo israelita, a negociação foi conduzida no Cairo por Davi Meidan e pelo chefe da ala militar do Hamas, Ahmed Al-Jabari. Meidan estava em contacto permanente com o chefe dos serviços secretos israelitas, general Murad Muwafi.
Juntamente com o Hamas, terão estado igualmente envolvidos nas negociações responsáveis do Governo egípcio, visto que o mandato de Meidan incluía, além das negociações para a libertação de Shalit, as que visavam obter o repatriamento do alegado espião israelita Ilan Garpal, detido no Egipto. A ser ratificado o acordo, a libertação dos prisioneiros israelitas deverá ocorrer nos próximos dias.
Nas prisões israelitas prossegue entretanto uma greve de fome de prisioneiros palestinianos, a quem fora substancialmente endurecido o regime prisional, em aspectos como as possiblidades de estudo ou de visitas familiares.
A contrapartida: palestinianos libertados
A notícia do acordo desencadeou manifestações de alegria de dezenas de milhares de pessoas na Faixa de Gaza, em especial no campo de refugiados de Jabaliya, de onde provém um grande número de prisioneiros palestinianos que agora poderão ser libertados.
Uma fonte israelita citada pela Agência Reuters afirmou que o acordo prevê a libertação de um milhar de prisioneiros palestinianos. Essa libertação far-se-ia em duas fases: 450 libertações numa primeira fase, seguida pela libertação de Shalit; e 550 numa segunda fase, quando Shalit já estivesse em casa.
O dirigente do Hamas, Khaled Meshal, confirmou em linhas gerais à Agência France Press esta versão sobre o conteúdo do acordo, precisando que aos 1.000 homens do Hamas acrescem 27 mulheres que igualmente se encontram prisioneiras nas cadeias israelitas.
Entre os nomes sonantes de pessoas libertadas incluem-se o do mais carismático dirigente da Fatah, Marwan Bargouthi, condenado a várias penas de prisão perpétua; e o dirigente da Frente Popular de Libertação da Palestina, Ahmad Sadat. A exigência por parte do Hamas de que fossem também libertados dirigentes de partidos seus rivais, como a Fatah e a FPLP, não deixa de constituir um trunfo político do movimento islamita junto da base de apoio desses partidos.