Activado plano popular para defender "revolução" em Caracas
As autoridades municipais de Caracas activaram um "plano de defesa popular da revolução", na capital, integrado por cinco mil venezuelanos afectos ao regime do presidente Hugo Chávez, encarregados de declararem a cidade livre de +guarimbas+, foi hoje anunciado.
A expressão +guarimbas+ é uma palavra que não aparece nos dicionários e é usada pelos simpatizantes do presidente Hugo Chávez para referir actos de vandalismo ou violência. Para os opositores do actual regime, significa actos de resistência e manifestações da dissidência.
O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara Municipal de Libertador, Caracas, durante uma conferência de imprensa, na sede daquele organismo, em que se disse que o objectivo é "contrariar" uma suposta companha de +desestabilização+ contra o presidente Hugo Chávez, que estará em marcha no país, usando como desculpa a não renovação da licença à RCTV, o mais antigo canal de televisão.
"Este plano está em desenvolvimento nas +paróquias+ (freguesias), com assembleias populares, e estender-se-à por 15 dias", disse.
Explicou que foram identificadas 17 áreas da cidade de Caracas, onde, desde o último domingo, ocorrem as +guarimbas+ e que estão a ser instalados sistemas de vigilância nas estradas, para evitar que sejam obstruídas por opositores.
Precisou ainda que haverá "pontos de defesa da revolução" instalados no quilómetro 5 da +Estrada Pan-Americana+ e em La Vega, a Oeste de Caracas, em Cumbres de Curumo (nas proximidades da Universidade Bolivariana) e Praça Venezuela, a Leste da capital.
Também nas Avenida Libertador, que une a zona Oeste com o Leste de Caracas, e Boyacá, auto-estrada que une pelo Norte os dois extremos da cidade, serão instalados esses postos.
Vão ser ainda instalados outros +pontos+ nas localidades de San José Del Ávila, El Limón, Praça Sucre de Caia, e nos quilómetros 4 e 7 da estrada que liga Caracas a El Junquito.
Segundo aquele responsável, foram activadas "missões de alerta antecipado e vigilância para garantir ao presidente Hugo Chávez e aos caraquenhos que não serão bloqueados os acessos à cidade" de Caracas.
Para defender a revolução, haverá ainda o patrulhamento de automobilistas e taxistas, desarmados.
Segundo Freddy Bernal, haverá tentativas pacíficas para persuadir os opositores a desistirem de bloquear as estradas e "se a situação passar a ser violenta" serão chamadas as forças da ordem".
"Estamos dispostos a defender a revolução" e a "evitar novamente um 11 de Abril" de 2002 (altura em que Hugo Chávez foi afastado temporariamente do poder) acrescentou Bernal.
"A primeira missão do revolucionário é defender a revolução", enfatizou ele.