Actividade do homem provoca mudanças nos lagos africanos

A actividade do homem provocou dramáticas mudanças nos lagos africanos, com o nível das águas a diminuir um metro em muitos deles, segundo um Atlas apresentado na Conferência Mundial de Lagos, que hoje começou em Nairobi (Quénia).

Agência LUSA /

Imagens de satélite captadas recentemente e outras dos anos 70 e 90 permitem comparar o estado de lagos como o de Songor, no Gana, que está a diminuir rapidamente, e o lago do Chade, que sofreu uma redução de cerca de 90 por cento.

O total das águas dos lagos de África é de cerca de 30.000 quilómetros cúbicos, o maior volume por continente no mundo.

No entanto, a construção de barragens, a contaminação industrial, o derrame de resíduos sem tratamento e a desflorestação estão a ter um grave impacto nos lagos africanos.

Uma das mudanças mais visíveis ocorreu no lago de Songor, que acolhe milhares de pássaros e duas espécies de tartarugas em vias de extinção.

Se, em Dezembro de 1990, as imagens mostravam uma massa aquática de 74 quilómetros quadrados, fotografias tiradas em 2000 revelam que o lago diminuiu consideravelmente.

Outro exemplo é o Lago Victoria, o maior de África, situado entre o Uganda, Quénia e Tanzânia, onde o nível das águas diminuiu um metro nos últimos dez anos, segundo as imagens de satélite.

No Senegal, a área que rodeia o lago Djoudi mudou significativamente desde a construção em 1986 da barragem Diama e, no Quénia, o lago Nakuru também sofreu importantes mudanças.

A área do Nakuru passou de 43 para 40 quilómetros e a intensiva desflorestação da zona tem sido apontada como uma das principais causas do sucedido.

O Atlas hoje apresentado foi editado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA).

Na Conferência Mundial de Lagos, que reúne cerca de 500 peritos e cientistas de todo o mundo, vão ser discutidas formas sustentáveis para gestão das reservas de água doce.

MSE.

Lusa/Fim


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