Adesão na NATO representa início de "uma nova era" para a Finlândia

por Inês Moreira Santos - RTP
Reuters

O presidente finlandês saudou, esta terça-feira, "uma nova era" para o país com a entrada na Organização do Tratado do Atlântico Norte, após décadas de neutralidade forçada por Moscovo.

"A Finlândia tornou-se hoje o 31.º membro da NATO", começou o chefe de Estado Sauli Niinistö antes de a bandeira finlandesa ser hasteada simbolicamente do lado de fora da sede da NATO em Bruxelas. "A era do não-alinhamento militar da nossa história está a chegar ao fim. Uma nova era está a começar".

A adesão à NATO "vem reforçar a nossa posição internacional e dá-nos margem de manobra", referiu, acrescentando que a Finlândia já tinha colaborado com a aliança atlântica como país parceiro.

Agora, como membro e aliado da NATO, o país pretende contribuir "para os esforços de defesa e dissuasão" da aliança militar.

"Ser membro desta aliança dá-nos segurança. E a Finlândia irá dar segurança aos seus aliados".

O compromisso, segundo o presidente finlandês, é ser "um aliado fiável que vem reforçar a estabilidade regional".

Referindo-se às acusações da Rússia, sobre a adesão do país à NATO, Niinistö garantiu que a integração na aliança militar "não é dirigida contra ninguém", nem "altera as bases e objetivos da política externa" do país.

"A Finlândia é um país nórdico estável e previsivel, que pretende a paz e a resolução pacífica dos conflitos. Os princípios e os valores importantes para a Finlândia continuarão a guiar a nossa política externa também no futuro".

Afinal, ser membro da NATO "não altera tudo", mas enquanto aliado tem de se adaptar "a algumas formas de pensar". Admitindo que ainda há "muito trabalho a fazer" para integrar as Forças de Defesa da Finlândia na aliança militar, o chefe de Estado finlandês explicou que tem sido desenvolvida "a compatibilidade com a NATO".

Com a adesão da Finlândia, as Forças da Defesa do país "enfrentam novas exigências, novos desafios", mas mantém o "conceito finlandês de segurança abrangente".

"Não iremos fazer esse esforço sozinho", acrescentou.

Antes de terminar o discurso, Niinistö ressalvou que a "adesão da Finlândia não ficará completa sem a da Suécia".

"Os nossos esforços persistentes para uma adesão rápida da Suécia manter-se-ão. Espero ver a Suécia a juntar-se a nós como 32.º membro da NATO na cimeira de Vilnius , em julho", concluiu.
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