Administração Trump critica condenação de Bolsonaro

Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, por tentativa violenta de abolição do Estado de Direito Democrático e golpe de Estado. Esta pena é entendida pela administração americana como resultado de uma “caça às bruxas” a que Washington irá “responder adequadamente”.

Nuno Amaral /

Reuters

A sentença do Supremo Tribunal Federal do Brasil foi deliberada por maioria de votos – quatro contra um – e o juiz relator Alexandre de Moraes explicou que a gravidade da pena reflete a da atuação do ex-Presidente, “direcionada a aniquilar os pilares essenciais do Estado democrático de Direito, mediante violência, grave ameaça, ataques sistemáticos ao Poder Judiciário. A consequência maior do crime seria o retorno a uma ditadura no Brasil".

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria para condenar Jair Bolsonaro por tentativa de abolição violenta do Estado de Direito Democrático, golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património. Foi ainda condenado de liderar a organização criminosa.

Além de Jair Bolsonaro, foram condenados o deputado federal Alexandre Ramagem, o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general na reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República Augusto Heleno, o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general na reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Neto.

Por entender que as penas fixadas são “absurdamente excessivas e desproporcionais”, a defesa de Bolsonaro anunciou que vai analisar recorrer da sentença, “inclusive no âmbito internacional".

O Presidente americano, Donald Trump, manifestou surpresa com a condenação do ex-aliado, que definiu como um “homem bom” e o secretário de Estado Marco Rubio acusou as autoridades brasileiras de terem encetado uma “caça às bruxas” à qual Washington irá “responder adequadamente”.
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