Administração Trump insta homens brancos a denunciaram discriminação no local de trabalho

A administração norte-americana liderada pelo Presidente Donald Trump apelou aos homens brancos que acreditam ter sido vítimas de discriminação no trabalho para apresentarem queixa junto da agência federal fundada na década de 1960 para combater a segregação dos afro-americanos.

Lusa /

"É um homem branco que sofreu discriminação no trabalho por causa do seu sexo ou raça? Pode ter direito a uma indemnização", frisou Andrea Lucas, presidente da agência, num vídeo publicado na quarta-feira na rede social X e partilhado pelo vice-presidente JD Vance.

Criada pela histórica Lei dos Direitos Civis de 1964, a Comissão Federal para a Igualdade de Oportunidades no Emprego (EEOC, na sigla em inglês) destaca agora no seu `site` o apoio àqueles que alegam ser vítimas de discriminação positiva ou "anti-americana".

"A EEOC está empenhada em identificar, combater e eliminar todas as formas de discriminação com base na raça e no sexo, incluindo contra homens brancos, sejam candidatos a emprego ou funcionários", acrescentou a presidente da agência.

Desde que regressou à presidência, em janeiro, o republicano Donald Trump e a sua administração têm travado uma batalha política para desmantelar as práticas de discriminação positiva, desde os campus universitários às empresas e ao governo.

Frequentemente referidas pela sigla DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão), estas práticas, inicialmente implementadas para apoiar as minorias que enfrentam a desigualdade, estão na mira de um movimento político que se opõe a tudo o que considera "woke".

Os conservadores usam o termo `woke` pejorativamente para denunciar o que consideram ser ativismo excessivo, particularmente a favor das minorias.

JD Vance, uma figura proeminente deste movimento, publicou na quarta-feira no X um artigo no qual um argumentista de Hollywood relata ter visto a sua participação num projeto negada por ser um jovem branco.

O movimento DEI "foi um projeto deliberado de discriminação, especialmente contra os homens brancos", salientou o vice-presidente dos EUA num comentário.

"Tem toda a razão", respondeu Andrea Lucas no X, denunciando a "discriminação generalizada, sistemática e ilegal que tem como alvo principal os homens brancos" e acrescentando que a sua agência "não vai parar até que esta discriminação seja eliminada".

Segundo um estudo da Universidade de Massachusetts, a proporção de funcionários afro-americanos que apresentam queixa à EEOC é 195 vezes superior à dos funcionários brancos.

Em 2020, nos Estados Unidos, o património líquido médio das famílias brancas era cerca de 10 vezes superior ao das famílias afro-americanas, de acordo com os dados dos censos analisados pelo `think tank` Pew Research Center.

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