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Afeganistão. Um país à beira do colapso humanitário
A situação no Afeganistão agravou-se, quase dois anos após o regresso dos talibãs, com milhões de pessoas a viverem numa situação de pobreza extrema, fruto de décadas de conflito, do colapso da economia e das alterações climáticas. Cerca de 28 milhões de pessoas - mais de metade da população afegã - necessita de assistência urgente, entre as quais seis milhões estão em risco de fome extrema, alerta o Alto Comissariado das Nações para os Refugiados (ACNUR).
A tomada do poder pelos talibãs, a 15 de agosto de 2021, representou o regresso ao Afeganistão da interpretação mais severa da sharia, a lei islâmica, que não só retirou direitos fundamentais às mulheres, como provocou o isolamento do país, tendo a maioria da comunidade internacional virado as costas ao novo Governo e aplicado sanções económicas que afetaram a maior parte da população afegã.
Dois anos depois, cerca de 97 por cento da população afegã vive muito abaixo do limiar da pobreza, segundo os dados do ACNUR.
As catástrofes naturais têm sido cada vez mais frequentes no país. Terramotos, secas e inundações extremas provocaram ainda mais miséria e pioram a vida das comunidades devastadas do país. O Afeganistão enfrenta, pelo terceiro ano consecutivo, uma seca prolongada.
O ACNUR apoiou, no ano passado, mais de seis milhões de pessoas no Afeganistão. Tendo conseguido ajudar diretamente, através de assistência monetária, artigos para o lar e meios de subsistência, mais de dois milhões de pessoas, cerca de 80% das quais eram mulheres e crianças.
As mulheres e as crianças são as principais vítimas das crises que o Afeganistão enfrenta, estando expostas a um maior risco de violência e exploração. Desde a subida ao poder dos talibãs, que as mulheres e as raparigas foram afastadas da vida quotidiana do país, devido às restrições impostas à sua plena participação.
"Os primeiros decretos do novo regime dos talibãs visaram logo as mulheres: foram proibidas de trabalhar fora de casa, forçadas a usar burcas, proibidas de frequentar as escolas e impedidas de ser vistas por médicos masculinos", de acordo com Salam al-Janabi, representante da UNICEF no Afeganistão. A Fundação Portugal com ACNUR, parceiro nacional do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, através de um comunicado, apela a um apoio das pessoas e organizações para que o ACNUR e os seus parceiros continuem a prestar ajuda humanitária no terreno.
Mais informações poderão ser obtidas na página da Fundação Portugal com ACNUR.
Dois anos depois, cerca de 97 por cento da população afegã vive muito abaixo do limiar da pobreza, segundo os dados do ACNUR.
O momento mais negro do país Desde a saída das forças militares ocidentais que o país atravessa uma das piores crises humanitárias e económicas do mundo, com apenas três por cento dos afegãos a ter dinheiro para suprir as suas necessidades básicas.
Atualmente são múltiplas as crises que o Afeganistão enfrenta, desde a insegurança alimentar e subnutrição graves de que sofrem 20 milhões de afegãos, a alterações climáticas, à crise das pessoas deslocadas.
De acordo com dados do ACNUR, mais de três milhões de pessoas estão deslocadas internamente no país devido a conflitos e cerca de dois milhões de refugiados e requerentes de asilo estão nos países vizinhos.
De acordo com dados do ACNUR, mais de três milhões de pessoas estão deslocadas internamente no país devido a conflitos e cerca de dois milhões de refugiados e requerentes de asilo estão nos países vizinhos.
As catástrofes naturais têm sido cada vez mais frequentes no país. Terramotos, secas e inundações extremas provocaram ainda mais miséria e pioram a vida das comunidades devastadas do país. O Afeganistão enfrenta, pelo terceiro ano consecutivo, uma seca prolongada.
Para agravar a situação, por si já muito complicada da população afegã, a crise ucraniana veio aumentar o preço dos bens alimentares, tornando os produtos mais básicos inacessíveis para muitos cidadãos. … à mercê da ajuda humanitária 
(© UNHCR/Oxygen Film Studio (AFG))
Uma grande parte da população afegã necessita de ajuda urgente e sua sobrevivência está dependente da ajuda das organizações humanitárias no terreno, como a ACNUR, que tentam responder às necessidades dos mais vulneráveis e assistir os afegãos deslocados e retornados, tanto no Afeganistão como nos países vizinhos, providenciando-lhes abrigo, alimentação, água e artigos de primeira necessidade. "28.3 milhões de pessoas necessitarão de ajuda humanitária em 2023", segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, informa a Fundação Portugal com ACNUR.
O ACNUR apoiou, no ano passado, mais de seis milhões de pessoas no Afeganistão. Tendo conseguido ajudar diretamente, através de assistência monetária, artigos para o lar e meios de subsistência, mais de dois milhões de pessoas, cerca de 80% das quais eram mulheres e crianças.
De forma indireta conseguiu prestar ajuda a mais de quatro milhões de pessoas, através da construção de infraestruturas, como escolas e centros de saúde e a assistência a projetos de abastecimento de água e de energia solar.
Principais vítimas desta crise
(© UNHCR/Oxygen Film Studio (AFG))
As mulheres e as crianças são as principais vítimas das crises que o Afeganistão enfrenta, estando expostas a um maior risco de violência e exploração. Desde a subida ao poder dos talibãs, que as mulheres e as raparigas foram afastadas da vida quotidiana do país, devido às restrições impostas à sua plena participação.
"Os primeiros decretos do novo regime dos talibãs visaram logo as mulheres: foram proibidas de trabalhar fora de casa, forçadas a usar burcas, proibidas de frequentar as escolas e impedidas de ser vistas por médicos masculinos", de acordo com Salam al-Janabi, representante da UNICEF no Afeganistão. A Fundação Portugal com ACNUR, parceiro nacional do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, através de um comunicado, apela a um apoio das pessoas e organizações para que o ACNUR e os seus parceiros continuem a prestar ajuda humanitária no terreno.
Mais informações poderão ser obtidas na página da Fundação Portugal com ACNUR.