África do Sul admite entrada de 130 palestinianos após espera de 12 horas num avião
A África do Sul admitiu a entrada de 130 palestinianos que chegaram na quarta-feira a Joanesburgo, vindos do Quénia, depois de os terem retido num avião durante cerca de 12 horas devido a complicações com os seus documentos de viagem.
A Autoridade de Gestão de Fronteiras (BMA) declarou hoje que o grupo, que aterrou num voo fretado da Global Airways no Aeroporto Internacional O.R. Tambo, não tinha indicado a duração da sua estadia nem o alojamento pretendido durante o processo de entrevista padrão.
Os viajantes também não tinham os carimbos de saída nos seus passaportes, necessários para comprovar o seu ponto de partida.
Segundo o comissário da BMA, Michael Masiapato, como não passaram pelo controlo de imigração, e nenhum deles manifestou a intenção de pedir asilo, "a entrada foi inicialmente negada".
Um pastor a quem foi permitido encontrar-se com os passageiros enquanto estes ainda estavam presos no avião disse que a situação era extremamente difícil e que havia crianças a gritar e a chorar.
Os passageiros foram finalmente autorizados a entrar na noite de quarta-feira, após o Ministério do Interior ter recebido uma carta da ONG humanitária Gift of the Givers, que se ofereceu para hospedar os palestinianos durante a sua estadia.
Entretanto, 23 dos 153 passageiros já tinham partido para outros destinos, restando os 130 que viram a sua entrada no país processada.
O fundador da Gift of the Givers, Imtiaz Sooliman, disse que este foi o segundo avião que transportava palestinianos a aterrar na África do Sul nas últimas duas semanas e que os próprios passageiros não sabiam para onde iam e que se julga que ambos os aviões transportavam pessoas da Faixa de Gaza, devastada pela guerra.
Os palestinianos têm o direito de entrar na África do Sul sem visto até 90 dias, desde que cumpram os requisitos de entrada, observou a BMA.