Alegado homicida de físico português morreu dois dias antes do corpo ser encontrado
A autópsia ao suspeito de matar o físico Nuno Loureiro e outras duas pessoas na Universidade Brown, nos Estados Unidos, determinou que o português estava morto há dois dias quando o corpo foi encontrado, adiantaram as autoridades norte-americanas.
As autoridades encontraram Cláudio Neves Valente morto num armazém em New Hampshire na quinta-feira à noite.
A autópsia determinou que Neves Valente, um português que vivia nos EUA, morreu na terça-feira, no mesmo dia em que o compatriota, o professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Nuno Loureiro, morreu num hospital, informou o gabinete do procurador-geral de New Hampshire, John Formella, em comunicado.
A informação divulgada não detalhou a hora exata da morte, noticiou a agência Associated Press (AP).
As autoridades acreditam que, depois de matar dois estudantes e ferir outros nove no sábado passado em Brown, onde foi estudante de pós-graduação durante o ano letivo de 2000-01, Neves Valente disparou sobre Loureiro, na sua casa, na região de Boston, na noite de segunda-feira.
Os investigadores ainda tentavam hoje esclarecer porque é que Neves Valente terá aberto fogo no campus décadas depois de ter abandonado os estudos e, mais tarde, assassinado Loureiro, com quem estudou em Portugal na década de 1990.
Peter Neronha, procurador-geral de Rhode Island, estado onde se situa a Universidade Brown, frisou hoje que ainda "há muitas incógnitas" sobre o caso.
Neves Valente, de 48 anos, foi encontrado morto na quinta-feira à noite, vítima de um ferimento de bala autoinfligido, informou o chefe da polícia de Providence, coronel Oscar Perez.
A descoberta do corpo de Neves Valente num armazém em New Hampshire pôs fim à busca de quase uma semana pelo responsável pelo homicídio de dois estudantes e nove feridos num auditório da Universidade Brown, no passado sábado.
Os investigadores acreditam que o ex-aluno da Brown matou Loureiro na sua casa em Brookline, um subúrbio de Boston a cerca de 80 quilómetros a norte de Providence, na segunda-feira.
Perez acrescentou que, tanto quanto os investigadores sabem, Neves Valente agiu sozinho.
Valente foi monitor do Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, onde foi colega de curso de Loureiro, tendo a instituição rescindido o contrato no ano em que foi estudar para os Estados Unidos.
Em fevereiro de 2000, o Técnico rescindiu o contrato que tinha com Cláudio Neves Valente como monitor, conforme consta num despacho publicado em março desse ano no Diário da República.
Suspeito e vítima foram colegas de curso no IST, indicou hoje a instituição, que foi contactada pelas autoridades norte-americanas na sequência das investigações do homicídio.