Alemanha anuncia criação de Conselho de Segurança Nacional e planos para ameaças híbridas

O Governo alemão anunciou hoje a criação do Conselho de Segurança Nacional, uma nova instituição através da qual o executivo do chanceler Friedrich Merz aprovou um plano para lidar com ameaças híbridas atribuídas à Rússia.

Lusa /

"O Conselho de Segurança Nacional realizou hoje a sua sessão inaugural sob a presidência do chanceler", revelou o porta-voz do Governo alemão.

Em comunicado, Stefan Kornelius explicou que a primeira reunião se centrou na aprovação de um "plano de ação interministerial" para combater as ameaças híbridas.

Segundo o Governo alemão, o plano é uma resposta ao "número e à intensidade crescentes das ameaças híbridas contra a Alemanha, que têm origem principalmente na Rússia".

Estas medidas abrangem áreas como a economia circular, o armazenamento de energia e o reforço do setor mineiro nacional.

Além disso, o plano de ação inclui "medidas na área do combate à espionagem e de proteção de infraestruturas críticas", declarou o porta-voz, após a primeira reunião da nova entidade, centrada na defesa de instalações estratégicas.

O Conselho de Segurança Nacional da Alemanha reúne o líder do Governo, os ministros das Finanças, dos Negócios Estrangeiros, do Interior, da Justiça, da Economia e Energia, da Defesa, da Cooperação e da Digitalização, bem como o chefe da Chancelaria Federal.

Desde a sua chegada ao poder, o executivo do chanceler Friedrich Merz lançou um vasto programa para modernizar e equipar o exército alemão, que tem sido amplamente subfinanciado durante décadas.

Hoje, o Ministério da Defesa alemão anunciou que recebeu autorização da Comissão de Orçamento do Bundestag (câmara baixa do parlamento) para a aquisição de equipamento militar no valor de 1,9 mil milhões de euros.

De acordo com um comunicado do Ministério da Defesa alemão, as compras vão reforçar "as Forças Armadas Federais em geral" e abrangem equipamento de proteção aérea, armas ligeiras, tecnologias de informação e apoio e logística médica.

O comunicado indicou que a verba será utilizada para o desenvolvimento, fabrico e aquisição de mísseis SADM (Small Drone Missile) para melhorar as capacidades do sistema Skyranger 30, fabricado pela empresa alemã Rheinmetall.

Com esta aquisição, o Skyranger 30 "estará totalmente apto a defender-se contra pequenos drones e microdrones", sistemas que representam "uma ameaça considerável para a população, os soldados, as armas e as infraestruturas", à semelhança do que se tem verificado em conflitos como a invasão russa da Ucrânia, referiu o comunicado.

O texto especificou ainda que foi concedida a aprovação parlamentar para a compra de mísseis guiados e o desenvolvimento de um novo sistema de controlo para o lançador de mísseis RAM.

"Continuaremos consistentemente com este ímpeto positivo para equipar os nossos soldados com as capacidades de que necessitam urgentemente", afirmou ainda o ministério liderado pelo social-democrata Boris Pistorius.

A Alemanha tem estado também na linha da frente do apoio militar à Ucrânia e anunciou na terça-feira o aumento do seu apoio a Kiev em três mil milhões de euros em 2026.

Com este aumento, o apoio do Governo alemão será elevado para cerca de 11,5 mil milhões de euros no próximo ano, de acordo com o porta-voz do Ministério das Finanças em declarações à agência France Presse (AFP) e que mencionou em concreto a substituição dos sistemas de defesa antiaérea Patriot.

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