O ministro federal do Interior, Horst Seehofer, apresentou em reunião da comissão parlamentar do Interior um requisitório sistemático contra o perigo terrorista de extrema-direita. E alertou contra o erro de amalgamar a extrema-direita com a extrema-esquerda, como se se tratasse de fenómenos comparáveis ou equivalentes.
Na reunião soube-se também que Tobias Rathjen, o terrorista de extrema-direita que abateu dez pessoas naquela cidade, tinha estacionado em trangressão a viatura usada para o massacre, já nas imediações do primeiro local do crime, e tinha sido interpelado pela polícia. Reagiu calmamente e sem levantar suspeitas.
Do ponto de vista político, a intervenção mais marcante foi a do ministro do Interior, Horst Seehofer (CSU), que falou de um "rasto de sangue" deixado pelo terrorismo de direita, desde a história da NSU, uma célula neonazi clandestina que durante vários anos abateu sistematicamente pequenos comerciantes de origem turca e que a polícia apenas detectou por acaso, depois de ter seguido obstinadamente a falsa pista de alegados "ajustes de contas" da mafia turca.
A intervenção surpreendeu por incisiva, principalmente vinda de um ministro que se situa na ala mais conservadora do espectro político governamental. Seehofer foi durante vários anos o líder do partido bávaro CSU, ou social-cristão, ligado à CDU de Angela Merkel.