Alterações climáticas. Monte Branco em risco de colapso

por RTP
Reuters

Os especialistas alertaram para o perigo de colapso de uma parte do Monte Branco devido às alterações climáticas. Por precaução, as autoridades italianas fecharam as estradas locais e evacuaram alguns edifícios da região de Rochefort.

"Este fenómeno mostra, mais uma vez, como a montanha está a passar por um período de grandes mudanças devido a fatores climáticos e, portanto, está particularmente vulnerável", disse o presidente da câmara de Courmayeur, Stefano Miserocchi, aos meios de comunicação italianos.

Segundo os especialistas, cerca de 250 mil metros cúbicos de gelo do glaciar Planpincieux estão em risco de colapso, estando a derreter entre 50 a 60 cm por dia.
Stefano Miserocchi garantiu que as áreas residenciais e as instalações turísticas não estão ameaçadas, preferindo, ainda assim, evacuar alguns edifícios da região de Rochefort por precaução.

As estradas locais também já foram encerradas no Val Ferret, no lado italiano do Monte Branco, embora os especialistas afirmem ser impossível prever quando é que a massa de gelo entrará em colapso.

O glaciar Planpincieux está a ser observado de perto desde 2013, na tentativa de estabelecer a frequência com que o gelo está a derreter. Mas as autoridades declararam que não existe um "sistema de alerta" em vigor.

O Maciço do Monte Branco corresponde à cordilheira mais alta da Europa Ocidental. Situado entre a Itália, a França e a Suíça, possui 11 picos que culminam a mais de 4,000 metros, atraindo centenas de milhares de turistas por ano.
Aumento da temperatura causa degelo
No início deste mês, dezenas de pessoas participaram numa "marcha fúnebre" para marcar o desaparecimento do glaciar Pizol, no nordeste da Suíça, o qual diminuiu para uma fração minúscula do seu tamanho original.

Os cientistas afirmam que perdeu pelo menos 80% do seu volume desde 2006, uma tendência acelerada pelo aumento das temperaturas globais.

No mês passado, a Islândia assinalou o desaparecimento do primeiro glaciar da ilha a perder essa denominação, descerrando uma placa com a menção “415 ppm CO2”, em referência ao nível recorde de concentração de dióxido de carbono registado na atmosfera no mês de maio.
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