Ambientalistas alertam para catástrofe ecológica no Rio Amarelo
O aquecimento global está a causar o declínio ecológico do rio Amarelo pondo em risco o acesso a água de mais de 120 milhões de pessoas, alerta a associação ambientalista Greenpeace China num estudo hoje divulgado.
"Olhando para a região da nascente do Rio Amarelo, observamos os glaciares e o solo gélido a degelar, os lagos e afluentes a diminuir, a deterioração das áreas abertas e a desertificação do solo, ameaças causadas pelo aquecimento global e pelas alterações climáticas", refere o estudo encomendado pela Organização ecologista Greenpeace a uma equipa do Instituto de Pesquisa das Regiões Frias e Áridas da Academia de Ciências da China.
"A temperatura no planalto do Tibete, conhecido como o +tecto do mundo+, onde nasce o Rio Amarelo, aumentou cerca de um grau Celsius nos últimos 30 anos, causando um efeito dominó que afecta a economia, a agricultura, a estabilidade hidrológica e a fauna e flora do rio", de acordo com Liu Shiyin, investigador principal da equipa que elaborou o estudo.
Cerca de 120 milhões de pessoas dependem das águas do Rio Amarelo para usos domésticos, industriais e agrícolas, sendo que, de acordo com o estudo, os glaciares na nascente do rio diminuíram 17 por cento desde 1966, um degelo 10 vezes mais rápido que nos 300 anos anteriores.
A seguir aos Estados Unidos, a China é o segundo maior país emissor do mundo de gases causadores de efeito de estufa (GEE), responsável pelo aquecimento global.
Segundo dados do departamento de estatística do país, em 2003 a China emitiu 3,958 milhões de toneladas de dióxido de carbono, principal GEE, contra 3,324 milhões de toneladas da União Europeia no mesmo ano.
A China assinou o protocolo de Quioto, no qual os países industrializados se comprometem a reduzir as emissões de GEE para a atmosfera mas não tem objectivos de redução vinculativos porque é um país em vias de desenvolvimento.
As cinco cidades mais poluídas do mundo encontram- se na China que, segundo o ministro do Ambiente do país, para produzir 10 mil dólares de produto interno bruto, consome 7,1 vezes mais de recursos minerais que o Japão, 5,7 mais que os Estados Unidos da América e mesmo 2,8 vezes mais que a Índia.