"Ameaça" ao cessar-fogo. Israel volta a disparar no sul de Gaza e na Cisjordânia ocupada
As forças militares israelitas voltaram a bombardear Gaza, apesar do cessar-fogo em vigor. Autoridades de Khan Younis, no sul do território, indicam que morreu pelo menos um palestiniano. Também a Cisjordânia ocupada foi alvo de incursões durante a madrugada, mesmo depois das advertências dos Estados Unidos sobre o impacto de tais ações no acordo de paz.
A zona de Sheikh Nasser, em Khan Younis, foi novamente alvo de bombardeamentos israelitas com recurso a tanques. Fontes citadas pelas agências internacionais testemunharam "fortes explosões" nesta região do sul de Gaza, "apesar do cessar-fogo".
A área de Sheikh Nasser situa-se junto à designada "linha amarela", o ponto de demarcação para o qual as tropas israelitas se retiraram em Gaza no âmbito do acordo de cessar-fogo.
Fontes do Hospital Nasser, em Khan Younis, confirmaram à Al Jazeera que os disparos das forças israelitas vitimaram uma pessoa perto de Bani Suhaila, junto ao centro da cidade.Desde que o cessar-fogo entre ambas as partes entrou em vigor, Israel já matou dezenas de palestinianos em Gaza.
Há ainda relatos de ataques também na Cisjordânia ocupada, na madrugada desta quinta-feira, registando-se também três detenções em Ramallah e na província de El-Bireh.
Incursões que acontecem horas depois de o secretário de Estado dos Estados Unidos ter alertado Israel contra a anexação da Cisjordânia ocupada, argumentado que as medidas tomadas pelo parlamento e a violência dos colonos estavam "a ameaçar" o acordo de paz em Gaza.
Os deputados israelitas votaram na quarta-feira pela aprovação de dois projetos de lei sobre a anexação da Cisjordânia ocupada. "Acho que o presidente [Donald Trump] deixou claro que não podemos apoiar isso agora", disse Marco Rubio sobre a anexação ao embarcar no avião para uma visita a Israel.
Estas medidas de anexação são "uma ameaça para o acordo de paz". Embora os Estados Unidos reconheçam que Israel é um país democrático e tem “os seus votos”, neste momento, a anexação da Cisjordânia é vista como “contraproducente” por Washington.