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América de Trump trava envio de armas prometidas à Ucrânia
A Administração Trump suspendeu o envio de armas para Kiev. A decisão foi tomada "para colocar os interesses dos Estados Unidos em primeiro lugar", na sequência de uma revisão do Departamento de Defesa sobre o "apoio e assistência militar a outros países", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly.
Alguns meios de comunicação social norte-americanos avançaram que esta suspensão das entregas a Kiev diz respeito, designadamente, aos sistemas de defesa aérea Patriot, à artilharia de precisão e aos mísseis Hellfire.
A decisão surge ainda na sequência das preocupações do Pentágono sobre as reservas do exército americano, das quais é diretamente retirada a ajuda militar à Ucrânia. E numa altura em que, após duas sessões de negociações infrutíferas em Istambul entre delegações dos dois países, a Ucrânia enfrenta uma intensificação dos ataques aéreos russos.Os EUA enviaram dezenas de milhares de milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia desde que a Rússia lançou a sua invasão em grande escala em fevereiro de 2022, levando alguns membros da Administração Trump a manifestar a preocupação de que os stocks dos EUA sejam demasiado baixos.
No entanto, a porta-voz da Casa Branca garantiu que “a força das Forças Armadas dos Estados Unidos permanece inquestionável - basta perguntar ao Irão”, referindo-se aos ataques dos EUA a três instalações nucleares iranianas no mês passado.
Este armamento tinha sido anteriormente prometido à Ucrânia para utilização durante a guerra em curso com a Rússia sob a Administração do democrata Joe Biden. O Governo ucraniano não comentou o anúncio. As autoridades norte-americanas não disseram imediatamente quais as remessas que estavam a ser interrompidas. Segundo a Reuters, os mísseis de defesa aérea e as munições de precisão estão entre as armas afetadas.Até à data, os EUA forneceram à Ucrânia mais de 66 mil milhões de dólares em armas e assistência militar desde a invasão russa em fevereiro de 2022.
O Departamento de Defesa “continua a fornecer ao presidente opções sólidas para continuar a ajuda militar à Ucrânia”, realçou Elbridge Colby, subsecretário de Defesa dos EUA para a Política.
Ao mesmo tempo, acrescentou Colby, “o Departamento está a examinar rigorosamente e a adaptar a sua abordagem para alcançar este objetivo, preservando simultaneamente a prontidão das forças dos EUA para as prioridades de defesa da Administração”.
A suspensão da ajuda militar dos EUA ocorre numa altura em que a Rússia intensificou a sua guerra contra a Ucrânia.
No fim de semana, a Rússia lançou um dos maiores ataques aéreos contra a Ucrânia desde o início da guerra, utilizando mais de 500 tipos de armas diferentes, incluindo drones e mísseis balísticos e de cruzeiro.
O número de drones de longo alcance lançados pela Rússia aumentou 36,8 por cento em junho, em comparação com o ano anterior, segundo uma análise da AFP compilada na terça-feira.
Na madrugada desta quarta-feira, as autoridades ucranianas comunicaram novos ataques, incluindo um ataque com drones a uma quinta na aldeia de Borivske, na região de Kharkiv, que matou uma pessoa e feriu outra. Dois outros ataques na mesma região causaram danos materiais, mas não causaram vítimas.
Por seu lado, o exército ucraniano reivindicou a responsabilidade por um ataque a uma refinaria de petróleo na região russa de Saratov, que disse estar a ser utilizada “para fornecer combustível e lubrificantes a unidades militares russas envolvidas na agressão armada contra a Ucrânia”, de acordo com uma mensagem do Estado-Maior publicada no Telegram.
Segundo dados do exército ucraniano, a Rússia enviou 5.438 drones de ataque de longo alcance contra o seu território em junho - o número mais elevado desde fevereiro de 2022 - em comparação com 3.974 em maio.
Moscovo já reivindicou a anexação de quatro regiões ucranianas, para além da península da Crimeia, que invadiu em 2014.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.Encontro em Haia
A decisão da Casa Branca surge pouco depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, se ter reunido com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, na cimeira da NATO, nos Países Baixos, na passada semana.
Na altura, Donald Trump admitiu ponderar fornecer mais sistemas de mísseis de defesa aérea, conhecidos como Patriots, para a Ucrânia se proteger dos ataques russos.Os Patriot foram enviados para Kiev pela primeira vez durante a administração de Joe Biden (2021-2025) e com o apoio de vários aliados europeus.
Em março de 2025, Trump e Zelensky tiveram um confronto na Sala Oval. Posteriormente, o inquilino da Casa Branca anunciou que suspendia a ajuda militar à Ucrânia que tinha sido anunciada pela anterior Administração Biden. A partilha de informações com Kiev também foi suspensa.
No final de abril, os Estados Unidos e a Ucrânia assinaram um acordo que dá aos Estados Unidos acesso às reservas minerais da Ucrânia em troca de assistência militar.
Conversa entre o Kremlin e o Eliseu
O presidente francês Emmanuel Macron falou com o seu homólogo russo Vladimir Putin na terça-feira, pela primeira vez em mais de dois anos e meio.
A decisão surge ainda na sequência das preocupações do Pentágono sobre as reservas do exército americano, das quais é diretamente retirada a ajuda militar à Ucrânia. E numa altura em que, após duas sessões de negociações infrutíferas em Istambul entre delegações dos dois países, a Ucrânia enfrenta uma intensificação dos ataques aéreos russos.Os EUA enviaram dezenas de milhares de milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia desde que a Rússia lançou a sua invasão em grande escala em fevereiro de 2022, levando alguns membros da Administração Trump a manifestar a preocupação de que os stocks dos EUA sejam demasiado baixos.
No entanto, a porta-voz da Casa Branca garantiu que “a força das Forças Armadas dos Estados Unidos permanece inquestionável - basta perguntar ao Irão”, referindo-se aos ataques dos EUA a três instalações nucleares iranianas no mês passado.
Este armamento tinha sido anteriormente prometido à Ucrânia para utilização durante a guerra em curso com a Rússia sob a Administração do democrata Joe Biden. O Governo ucraniano não comentou o anúncio. As autoridades norte-americanas não disseram imediatamente quais as remessas que estavam a ser interrompidas. Segundo a Reuters, os mísseis de defesa aérea e as munições de precisão estão entre as armas afetadas.Até à data, os EUA forneceram à Ucrânia mais de 66 mil milhões de dólares em armas e assistência militar desde a invasão russa em fevereiro de 2022.
O Departamento de Defesa “continua a fornecer ao presidente opções sólidas para continuar a ajuda militar à Ucrânia”, realçou Elbridge Colby, subsecretário de Defesa dos EUA para a Política.
Ao mesmo tempo, acrescentou Colby, “o Departamento está a examinar rigorosamente e a adaptar a sua abordagem para alcançar este objetivo, preservando simultaneamente a prontidão das forças dos EUA para as prioridades de defesa da Administração”.
A suspensão da ajuda militar dos EUA ocorre numa altura em que a Rússia intensificou a sua guerra contra a Ucrânia.
No fim de semana, a Rússia lançou um dos maiores ataques aéreos contra a Ucrânia desde o início da guerra, utilizando mais de 500 tipos de armas diferentes, incluindo drones e mísseis balísticos e de cruzeiro.
O número de drones de longo alcance lançados pela Rússia aumentou 36,8 por cento em junho, em comparação com o ano anterior, segundo uma análise da AFP compilada na terça-feira.
Na madrugada desta quarta-feira, as autoridades ucranianas comunicaram novos ataques, incluindo um ataque com drones a uma quinta na aldeia de Borivske, na região de Kharkiv, que matou uma pessoa e feriu outra. Dois outros ataques na mesma região causaram danos materiais, mas não causaram vítimas.
Por seu lado, o exército ucraniano reivindicou a responsabilidade por um ataque a uma refinaria de petróleo na região russa de Saratov, que disse estar a ser utilizada “para fornecer combustível e lubrificantes a unidades militares russas envolvidas na agressão armada contra a Ucrânia”, de acordo com uma mensagem do Estado-Maior publicada no Telegram.
Segundo dados do exército ucraniano, a Rússia enviou 5.438 drones de ataque de longo alcance contra o seu território em junho - o número mais elevado desde fevereiro de 2022 - em comparação com 3.974 em maio.
Moscovo já reivindicou a anexação de quatro regiões ucranianas, para além da península da Crimeia, que invadiu em 2014.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.Encontro em Haia
A decisão da Casa Branca surge pouco depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, se ter reunido com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, na cimeira da NATO, nos Países Baixos, na passada semana.
Na altura, Donald Trump admitiu ponderar fornecer mais sistemas de mísseis de defesa aérea, conhecidos como Patriots, para a Ucrânia se proteger dos ataques russos.Os Patriot foram enviados para Kiev pela primeira vez durante a administração de Joe Biden (2021-2025) e com o apoio de vários aliados europeus.
Em março de 2025, Trump e Zelensky tiveram um confronto na Sala Oval. Posteriormente, o inquilino da Casa Branca anunciou que suspendia a ajuda militar à Ucrânia que tinha sido anunciada pela anterior Administração Biden. A partilha de informações com Kiev também foi suspensa.
No final de abril, os Estados Unidos e a Ucrânia assinaram um acordo que dá aos Estados Unidos acesso às reservas minerais da Ucrânia em troca de assistência militar.
Conversa entre o Kremlin e o Eliseu
O presidente francês Emmanuel Macron falou com o seu homólogo russo Vladimir Putin na terça-feira, pela primeira vez em mais de dois anos e meio.
O gabinete de Macron informou que os dois falaram ao telefone durante mais de duas horas e que o presidente francês apelou a um cessar-fogo na Ucrânia.
Putin respondeu culpando o Ocidente pelo conflito. Segundo um comunicado do Kremlin, o número um do Kremlin recordou a Macron que os países ocidentais “ignoraram durante muitos anos os interesses de segurança da Rússia” e que qualquer acordo com a Ucrânia tem de visar o longo prazo.
c/ agências