"Há problemas, um pouco em toda parte. Existe a descristianização, a indiferença e o assédio de outros grupos religiosos", afirmou à Lusa o cardeal, que minimiza a origem do futuro papa.

"O papa tem de ser a pessoa certa para poder governar toda a igreja, não pode ser escolhido por uma questão de bairrismo", disse o cardeal que é apontado como um dos favoritos caso a escolha recaia na América Latina.

No conclave eleitoral vão participar cinco bispos brasileiros, um sinal da força da igreja católica no país e no continente.

"Desde que chegaram os primeiros portugueses e espanhóis [à América], a igreja trabalhou pela evangelização dos povos que já estava aqui, e trouxe a raiz do Evangelho, que deu grande fruto", afirmou o cardeal,

A reenvangelização da América Latina tem sido uma prioridade dos bispos sul-americanos, explicou Scherer, recordando que estes problemas são uma prioridade desde a Conferência de Aparecida, em 2007, que contou com a presença de Bento XVI.

O papa, de 85 anos, anunciou sua renúncia ao cargo no último dia 11, alegando como motivo a "idade avançada".

Quanto ao sucessor, o cardeal de São Paulo classificou de "pretensão" qualquer posição de alguém que diga estar preparado para o cargo.

Durante o lançamento da Campanha da Fraternidade 2013, na semana passada, Scherer falou também que nem o local de nascimento e nem a idade do novo papa serão importantes: "a questão essencial é se a pessoa está em condições de assumir o cargo".

"O papa Bento 16 deu mostras de uma grande fé, que deve ser a atitude de quem segue a igreja", disse ainda o purpurado.