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Andriy Portnov. Ex-político ucraniano sob sanções morto a tiro em Madrid

por Cristina Sambado - RTP
Stringer via Reuters

Um homem armado não identificado matou a tiro o ex-político ucraniano Andriy Portnov, na manhã desta quarta-feira, à porta da Escola Americana em Madrid, revelou fonte próxima da investigação policial à Reuters.

A polícia recebeu uma chamada sobre o tiroteio de um cidadão ucraniano às 9h15 (menos uma hora em Portugal), no exterior da escola Americana em Madrid, localizada em Pozuelo de Alarcon, disse a polícia de Madrid à agência, sem identificar a vítima.


Segundo a imprensa espanhola, Andriy Portnov tinha deixado os filhos à porta do estabelecimento de ensino. A Escola Americana de Madrid é um dos estabelecimentos de ensino mais conceituados de Espanha. Segundo os meios de comunicação social locais, o protocolo de segurança da escola foi ativado e ninguém está autorizado a entrar ou sair do edifício.

Fontes policiais disseram ao jornal El Mundo que poderá tratar-se de um ajuste de contas.
A escola privada, situada a uma curta distância do centro de Madrid, foi fundada no início dos anos 60 e ganhou popularidade tanto pela sua qualidade académica como pela sua exclusividade. O corpo docente é internacional, com apenas 27 por cento dos alunos de nacionalidade espanhola.

Portnov, de 52 anos, foi assessor do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich, e estava a ser investigado por corrupção na Ucrânia. Kiev acusa-o de alta traição ao país, pelo suposto papel na invasão russa à região ucraniana da Crimeia.
Victor Yanukovich foi deposto em 2014 na sequência da revolução ucraniana, também apelidada de “Revolução da Dignidade” que teve início em Kiev, a partir de violentas manifestações de protesto.
Andriy Portnov tem ainda um histórico de peculato e pode estar ligado ao crime organizado. O ex-assessor foi investigado por desvio de fundos do Estado e violações de direitos humanos. Foi absolvido das acusações, mas foi investigado pelos serviços secretos ucranianos pela sua afinidade com o regime de Moscovo.

Desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, houve vários crimes envolvendo russos e ucranianos de alto nível em Espanha, que tem uma população significativa de expatriados de ambos os países.

Em novembro e dezembro de 2022, seis cartas-bomba foram enviadas para alvos de alto perfil em Espanha, incluindo o chefe do governo espanhol Pedro Sánchez, a Embaixada da Ucrânia em Madrid, gabinetes governamentais, uma empresa de satélites da União Europeia e a Embaixada dos EUA.

Um funcionário público espanhol reformado de 76 anos, cujas pesquisas nas redes sociais sugeriam simpatia pela Rússia, foi preso pelos crimes.

Em abril de 2022, um empresário russo ligado à empresa russa de gás Novatek foi encontrado morto num aparente suicídio, juntamente com a mulher e a filha, que tinham sido esfaqueadas.

Em fevereiro de 2024, um piloto russo que desertou para a Ucrânia com o seu helicóptero foi encontrado morto com vários ferimentos de bala na garagem do seu bloco de apartamentos perto de Alicante.

c/ agências
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