Angola. Amnistia Internacional exige cuidados médicos para ativista preso arbitrariamente

A Amnistia Internacional denunciou esta quinta-feira a deterioração do estado de saúde do ativista Serrote José de Oliveira, preso em julho, e que iniciou uma greve de fome, em protesto contra a sua prisão arbitrária.

RTP /
Imagem de 29 de julho de 2025 após os protestos contra o aumento do preço dos combustíveis, em Luanda, convocado pela Associação Nacional dos Taxistas de Angola. Foto: AFP

“As notícias de que Serrote José de Oliveira iniciou uma greve de fome e que seu estado de saúde está deteriorar-se são extremamente preocupantes”, lamenta a vice-diretora da Amnistia para a África Oriental e Austral, Flavia Mwangovya, que denuncia a falta de acesso a cuidados de saúde, numa altura em que o ativista entrou em greve de fome.

Serrote José de Oliveira, também conhecido como “General Nila”, é presidente do movimento União Nacional para a Total Revolução de Angola (UNTRA) e protesta contra o aumento do custo de vida e a repressão política em Angola.A Amnistia Internacional exige também a libertação imediata do ativista, considerando a sua prisão como demonstrativo da “crescente intolerância [em Angola] para com aqueles com vozes dissidentes”.

O ativista foi alvejado na perna esquerda a 28 de julho, enquanto filmava um vídeo de um protesto contra o aumento do preço dos combustíveis, em Luanda, convocado pela Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA). Os autores foram um grupo de homens armados, alegadamente ligados ao Serviço de Investigação Criminal angolano.

Serrote José de Oliveira foi levado para o hospital de Gameque, onde recebeu tratamento médico, mas foi depois detido e levado para a Esquadra Municipal de Talatona, acusado de crimes de rebelião, terrorismo, apologia ao crime e vandalismo, o que é contestado por ativistas da oposição angolana.

O seu paradeiro permaneceu desconhecido até dia 1 de agosto. Encontra-se desde 16 de agosto na cadeia de Calomboloca, juntamente com outros ativistas da UNTRA como Osvaldo Caholo.
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