Angola - Central sindical quer alianças políticas para defender trabalhadores
A União Nacional dos Trabalhadores Angolanos/Confederação Sindical (UNTA-CS) anunciou hoje que pretende estabelecer "alianças políticas" com partidos e organizações não governamentais para promover a defesa dos direitos dos trabalhadores.
Num comunicado emitido no final das jornadas sindicais que hoje encerraram em Luanda, a maior organização sindical angolana ressalva, no entanto, que essas alianças apenas poderão ser estabelecidas com instituições que "não visem a instrumentalização das organizações sindicais, nem ponham em causa a autonomia e os interesses dos trabalhadores".
"As alianças políticas são pactos estabelecidos temporariamente, dentro dos princípios da reciprocidade de vantagens", diz o documento.
Na conclusão destas jornadas sindicais, integradas no programa de preparação do II Congresso da UNTA/CS, que vai decorrer em Abril, a central sindical defendeu a necessidade dos parceiros sociais "participarem activamente" nos programas de desenvolvimento económico e social do país.
Para esta central sindical, os desafios da reconstrução nacional devem ser entendidos como "um processo contínuo", que englobe todas as esferas da sociedade.
Por outro lado, considera que "a reconstrução nacional não deve partir do tipo de desenvolvimento que provoca assimetrias na economia", antes deve criar "pólos de desenvolvimento e de recursos que possam incentivar os cidadãos nacionais a criarem pequenas e médias empresas como forma de solução do problema da pobreza".
A UNTA/CS reafirmou a necessidade de serem melhorados os baixos níveis salariais dos trabalhadores angolanos e defendeu que os aumentos do preço dos combustíveis sejam "acompanhados de medidas colaterais para evitar a redução do poder de compra dos trabalhadores".
Esta central sindical envolve oito federações nacionais de sindicatos, dois sindicatos nacionais, 18 uniões de sindicatos provinciais e 90 sindicatos provinciais, num total de mais de 10 mil filiados em todo o país.