Antidepressivo Paxil aumenta risco de suicídio, alertam autoridades
O antidepressivo Paxil, com a substância activa paroxetina, aumenta o risco de tendências suicidas nos jovens adultos, alertaram hoje a autoridade norte-americana do medicamento e o fabricante GlaxoSmithKline.
A Food and Drug Administration (FDA) ordenou que as caixas do medicamento contenham um aviso sobre as propriedades da paroxetina e que os doentes medicados com a substância sejam sujeitos a uma vigilância permanente, mesmo depois de curados.
Embora o medicamento Paxil não seja vendido em Portugal, a substância activa, a paroxetina, está presente em vários outros medicamentos reconhecidos pelo Infarmed, nomeadamente o Paxetil, Calmus, Denerval, Oxepar, Seroxat e diversos medicamentos genéricos.
Em experiências feitas em 15 mil doentes medicados com Paxil ou com um placebo (comprimido sem qualquer efeito terapêutico), as tendências suicidas tiveram mais incidência nos jovens dos 18 aos 30 anos.
Houve 11 tentativas de suicídio sem êxito, oito das quais entre os jovens analisados, precisou a FDA, enquanto no grupo tratado com um placebo, só se verificou uma tentativa.
Numa carta publicada na sua página na Internet, a FDA recomenda "interpretar estes resultados com prudência".
O responsável da pesquisa e desenvolvimento no sector de psiquiatria clínica da América do Norte da GlaxoSmithKline, John Kraus, afirmou que a empresa continua a defender que as vantagens do Paxil compensam largamente os riscos.
A ligação estabelecida entre anti depressivos e maior risco de tentativas de suicídio entre adolescentes levou em 2004 a FDA a ordenar a colocação de fortes avisos nas caixas dos medicamentos.