Arábia Saudita. EUA condicionam viagens de norte-americanos a regiões sauditas

por RTP
Mike Pompeo à chegada ao Aeroporto Internacional King Abdulaziz em Jidá, na Arábia Saudita Reuters

Os cidadãos norte-americanos destacados em serviço na Arábia Saudita e as suas famílias não estão autorizados a aceder ao aeroporto de Abha sem autorização superior. O secretário de Estado dos EUA vai reunir-se, esta quarta-feira, com príncipe saudita para coordenar esforços contra ataques na região.

O Departamento de Estado dos EUA alertou os cidadãos norte-americanos, esta quarta-feira através de um comunicado, para terem a "maior cautela" quando viajarem para a Arábia Saudita.

O aeroporto de Abha, capital da província de Asir, tem sido atacado por drones e mísseis lançados a partir do Iémen e reivindicados pelos rebeldes Huthis.

No comunicado, divulgado no site do Departamento de Estado, lê-se que o alerta se deve ao "terrorismo e à ameaça de ataques com mísseis e drones contra alvos civis".

O Departamento de Estado adverte mesmo os cidadãos para não viajarem para zonas até 80 quilómetros perto da fronteira com o Iémen, uma vez que "grupos de terroristas planeiam possíveis ataques na Arábia Saudita".

Quanto aos elementos da Missão dos EUA e às sua famílias, o governo norte-americano proíbe-lhes qualquer viagem para as regiões a menos de 80 quilómetros da fronteira entre a Arábia Saudita e o Iémen – incluindo cidades com Jizan e Najran – e para a província de Al-Qatif.

O comunicado adverte ainda para a "capacidade limitada para fornecer serviços de emergência aos cidadãos" que se encontrem dentro dos limites dos 80 quilómetros da fronteira.
Mike Pompeo na Arábia Saudita
Alguns membros da Administração Trump acusaram recentemente o Irão de ser responsável pelos ataques que atingiram as petrolíferas, embora Donald Trump não se tenha pronunciado, até ao momento, sobre a autoria dos ataques reivindicados pelos rebeldes Huthis do Iémen.

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse, entretanto, que o Irão não deseja conflitos e o ministro da Defesa, Amir Hatami, negou, por sua vez, qualquer envolvimento iraniano nos ataques às instalações petrolíferas na Arábia Saudita.

Rouhani garantiu que não quer "conflitos na região" e acusou ainda a Arábia Saudita, assim como, os Emirados Árabes Unidos, os Estados Unidos da América, alguns países europeus e Israel de terem começado "a guerra nessa região", segundo o Haaretz.

O chefe de diplomacia dos EUA, Mike Pompeo, está esta quarta-feira na Arábia Saudita para discutir a resposta dos EUA aos ataques do Iémen.

Ao anunciar a partida de Pompeo, Mike Pence, vice-presidente de Trump, garantiu que os EUA estão prontos a "ripostar" e a "defender" os interesses norte-americanos e dos aliados nessa região.

Reafirmando a responsabilidade do Irão, Pence sublinhou que "caso o Irão esteja envolvido neste ataque para fazer pressão sobre o Presidente Trump para que ceda, a sua estratégia está destinada ao fracasso".

"Os Estados Unidos da América farão tudo o que for necessário para defender o nosso país, os nossos soldados e os nossos aliados no Golfo", reforçou.

Num contexto de crescentes tensões com o Irão, Mike Pompeo viajou até à Arábia Saudita e irá encontrar-se, esta quarta-feira, com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, para discutir o ataque às instalações da maior petrolífera do país e coordenar os esforços contra a "agressão iraniana".

Mas os EUA não foram os únicos a reagir aos ataques. No fim de semana, Vladimir Putin discutiu os ataques por chamada telefónica com Mohammed bin Salman. O líder russo pediu ainda uma investigação completa e imparcial sobre os ataques na Arábia Saudita.

O ataque à petrolífera foi reivindicado pelos Huthis, apoiados pelo Irão e que controlam vastas zonas do norte e do centro do Iémen, incluindo a capital Sanaa. A Arábia Saudita, no entanto, não acusou diretamente o Irão de estar envolvido no ataque.

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